O
ano de 2020 mal iniciou e já temos a pandemia do Coronavírus, o Covid-19. Após
ter explodido na China e se espalhado pela Europa, tendo na Itália alcançado
níveis calamitosos, a pandemia mundial chega ao Brasil. Apesar de inevitável,
somente agora as pessoas parecem estar se dando conta de seu perigo real. Mas
nem todas.
A
questão é se antecipar ao problema, focando as causas, para que as
consequências se minimizem. Se comer queijo provoca enxaqueca, não coma o
queijo. Tem gente que prefere comer queijo, acordar com dor de cabeça e tomar
remédio. Em vez da causa, fica combatendo a consequência. Poxa, mirar a causa é
bem mais eficaz. No entanto, parece ser uma tendência do ser humano querer
lidar sempre com as consequências, deixando as causas livres, leves e soltas.
Pois
bem, no caso do vírus Covid-19, temos que evitar multidões, aglomerações, ficar
em casa sempre que pudermos. Não dar as mãos, nem beijar no rosto. Lavar bem as
mãos. É urgente evitar as consequências de um vírus espalhado, porque daí fica
tudo bem mais difícil. Além disso, temos que parar de fazer estoque de comida
feito doidos, não vivemos sozinhos numa ilha. É muito egoísmo pensar só em você
mesmo numa situação como essa.
Aliás,
egoísmo piora tudo. Portanto, mesmo que não seja grupo de risco, você ainda
pode transportar o vírus até esses grupos. Não seja transporte de sofrimento e
de morte. Pense nos outros. Pensemos uns nos outros. Donos de supermercados
deveriam, por exemplo, limitar a quantidade de produtos que cada pessoa pode
comprar.
Nem
deveria, na verdade, ser necessário tomar medidas de contenção de compras de
comida, luvas e máscaras, entre outros, mas, infelizmente, tem um bando de
gente que só pensa no próprio umbigo e fica estocando tudo. Senso de
coletividade manda lembranças. Nesse salve-se quem puder, ninguém se salva. A
gente teme o vírus, mas acaba temendo também a falta de empatia de muitas
pessoas.
Gente
fazendo o que quer, ignorando toda e qualquer recomendação. Gente indo à praia,
a shows, a festas, a eventos. Gente estocando comida, materiais, insumos enfim.
Gente que não é grupo de risco ignorando que pode levar o vírus por aí. Gente
que não enxerga o funcionário como uma pessoa. Gente que acha se tratar de
conspirações ideológicas e políticas. Gente que não liga para toda essa gente à
sua volta. Pior que o vírus.
Na
verdade, se as pessoas não se conscientizarem e não se decidirem por sair de
casa somente o estritamente necessário, não vai ter leito para todo mundo. Não
vai ter tubo de oxigênio para todo mundo. Colaboração e consciência.
Recolher-se. Quanto antes a gente se afastar, mais rápido voltaremos a nos
abraçar. Ou isso, ou alguns abraços nunca mais serão dados. Quando tudo passar,
a gente se reúne, faz churras e se abraça de novo.
Situações
como essa, em que todo mundo se encontra com medo, vulnerável, onde ninguém
está totalmente a salvo, são difíceis, o tempo parece engatinhar. Que, ao
menos, tiremos lições disso tudo. Um vírus invisível a olho nu causando um
estrago mundial e ainda tem gente que se acha grande coisa. Somos
insignificantes perante a grandeza do universo. Na dor, ninguém é melhor do que
ninguém. O que nos iguala é o amor. Aprendam.
Marcel Camargo
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