Viver,
de fato, não é algo tão simples. Independe de planejamentos milimétricos,
afinal, as surpresas, sejam elas desejáveis ou não, estão logo ali, nos
esperando a cada passo que costumamos dar.
Caminhar,
sinceramente, nunca foi um aprendizado fácil para crianças pequenas.
Desequilíbrios, tropeços, tombos, falta de força nas pequenas pernas e paradas
para um bom descanso sempre fizeram parte da vida de cada uma delas.
Quando
sentem ter firmeza nos passos e segurança que não irão cair, começam correr. A
sensação de liberdade ou a urgência de alcançar aquilo que está logo à frente
parece motivar o ir adiante.
Mesmo
sem planejamentos, temos urgência em crescer, enfrentando uma fase que pode ser
dolorida e envolver recolhimento, seja na adolescência da idade, ou no ‘adolescer’
da vida e dos acontecimentos nem sempre bem-vindos.
Quando
nos damos conta, os quinze anos já se passaram e a vida adulta está logo ali.
Nessa, responsabilidades, dúvidas, alegrias e sofrimentos permearão os dias
vividos, de acordo com aquilo que costumamos chamar de escolhas, ou, como
alguns preferem chamar, fruto do destino.
Estar
destinado a viver é a única e certeira afirmativa durante nossa incansável e
improvável jornada.
Depois
de tantos anos, de tantos caminhos, parece que, por algumas vezes, o ciclo do
aprender a caminhar está definitivamente instaurado, afinal nem tudo é como parece.
Nossos
dias não são todos iguais. De repente, falseamos o pé, caímos, paramos e
pronto! Tudo irá se modificar. Tal como na infância, teremos que aprender andar
novamente e levantar-nos para seguir o caminho.
É
nesse ponto, talvez, que muitos façam de sua vida um verdadeiro desterro.
Encaram as problemáticas enfrentadas como o fim de tudo.
Sim!
Isso acontece para tantos, a maioria das pessoas, num primeiro instante.
Recolher-se em um casulo, silenciar-se em lágrimas, explodir em sentimentos,
são algumas das formas de encarar aquilo que muda em nossa vida.
De
repente, a vida planejada já está toda bagunçada. Você se dá conta de que
aquilo que um dia pensou ser já não é mais. Então, olhar o que se vive passa
ser uma tarefa nada fácil.
Depressão,
angústia e a tão temida solidão acabam acompanhando muitos durante a resolução
dos problemas mais caros dessa vida.
Os
dias vão passando, o sol nasce e se põe sem que ao menos percebamos.
Entretanto, se quando crianças não ficamos parados no tempo, sem tentar ao
menos levantar e dar sequência aos passos, que direito temos de não viver o
tempo que nos resta?
Seja
muito ou pouco, o certo é que o tempo que virá necessita de nossos passos,
sejam eles firmes ou cuidadosos, temos que seguir andando.
Quanto
mais andarmos mais próximos estaremos do ainda desconhecido que, literalmente,
encanta ou amedronta tantos. Logo ali, bem à frente daquele momento de
tristeza, talvez encontre o emprego dos seus sonhos, a paz que tanto almeja e,
quem sabe, o amor de sua vida.
Sinceramente,
se encontrares o amor de sua vida, independente da fase que esteja vivendo,
terá, com certeza, a maior sorte que o destino poderia oferecer a você.
Sem
amor, a vida é amarga, o sorriso é dolorido, esticado com vontade de voltar ao
ar sério e sem graça dos dias cinzas. Convenhamos, surpresas cinzas não nos
agradam! Preferimos as coloridas, as que trazem um ar de afago, proteção e
amorosidade aos nossos nada fáceis dias.
Viver
e surpreender-se com a vida. Talvez, o espírito do nosso ‘eu criança’ precise
surgir constantemente para, verdadeiramente, fazer diferença em nosso caminhar.
Via: Bem Mais Mulher
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