Mesmo
seus piores inimigos não podem te machucar tanto quanto seus próprios
pensamentos.
Nossa
personalidade e maneira única de ver a vida condiciona a maneira como nos
relacionamos com os outros. Em certas situações, projetamos nossas
características para as pessoas em nosso ambiente, atribuindo a outros
comportamentos ou pensamentos próprios. Nessa linha, ter inimigos pode estar
mais relacionado a como enfrentamos situações em nossa mente do que às
circunstâncias que nos acontecem objetivamente.
Às
vezes, o pior ataque que podemos sofrer não vem de fora, mas de nós mesmos. Em
situações em que nos sentimos agredidos por ataques externos, condições
internas como raiva, impotência e vergonha social, é precisamente isso que vem
de nós mesmos que nos faz sentir fracos e inseguros, proporcionando um terreno
fértil para vermos os outros como inimigos.
Para
nossa estabilidade emocional é fundamental saber redirecionar a raiva que essas
situações nos produzem. Saber quais situações e circunstâncias são uma grande
queixa em nossas vidas é crucial para identificar o que ou quem estamos
enfrentando.
Não
há dúvida de que o pior ataque não é aquele que vem de fora, mas o que é
produzido a partir de dentro, provocando uma autoavaliação negativa que acaba
nos prejudicando como pessoas. Essa autoavaliação negativa nos torna nosso pior
inimigo, já que nosso equilíbrio emocional depende, em grande parte, de nossa
autoestima.
“Se
há vitória em derrotar o inimigo; há maior quando o homem vence a si mesmo”
José
De San Martín
Quando o inimigo é você
Robert
J. Sternberg, professor da Universidade de Yale e ex-presidente da Associação
Americana de Psiquiatria, distingue pelo menos dois tipos de inimigos: externos
e internos.
Inimigos
internos, como o nome sugere, referem-se aos que estão dentro de nós, como
nossos pensamentos. Quando pensamentos negativos nos prendem em um loop, eles
nos levam à raiva, à fúria, ódio, fazendo-nos ver o outro como um inimigo ‘provocando’
várias situações dolorosas.
Esse
inimigo interno vem da irracionalidade que todos esses pensamentos negativos
nos provocam. O bem-estar emocional depende fundamentalmente de não ser levado
pelos pensamentos automáticos, já que estes têm características muito
negativas:
–
São irracionais, isto é, não estão em conformidade com fatos objetivos, com a
realidade.
–
São automáticos, funcionam como uma reflexão corporal que ocorre sem a nossa
propiciação voluntária.
–
São exagerados, dramáticos e sempre negativos, geram um enorme desconforto
emocional e também de graça, sem que possamos tirar o menor benefício.
Mesmo
seus piores inimigos não podem te machucar tanto quanto seus próprios
pensamentos
Como controlar os inimigos?
Gandhi
praticou um método passivo para ‘lutar’ contra seus inimigos, a não-resistência
construtiva. Esta é uma maneira ativa de se relacionar com o inimigo através de
meios positivos, uma maneira proativa de lidar com a adversidade. Nos
relacionamentos pessoais, há uma ampla gama de situações que teremos que
enfrentar. Para lidar com situações de conflito, é importante:
–
Não lute pelo simples fato de lutar
–
Não lute para inflar nosso ego.
–
Não lute para exaltar nosso orgulho.
–
Não lute para derrotar nosso adversário ou para puni-lo.
–
Lute apenas para obter um fim maior.
–
Lute para superar nossos problemas.
Não
importa o quanto tentemos, as situações de conflito não desaparecerão de nossas
vidas, por isso é importante aprender a controlar o efeito que isso causa em
nós.
“Dizem
que nosso inimigo é nosso melhor professor. Com um professor, podemos aprender
a importância da paciência, controle e tolerância, mas não temos chance real de
praticá-las. A prática real surge quando nos deparamos com um inimigo “
Dalai
Lama
Via:
Conti Outra
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