Dói
quando a gente se engana com alguém, quando a vida diz não, quando perdemos as
pessoas. Dor física a gente combate com analgésico, dor da alma a gente cura
com amor.
Existem
vários tipos de dores, de ferimentos e de machucados. Há dores que vêm de fora,
há dores que vêm de dentro. Fato é que as dores invisíveis, muitas vezes, serão
muito mais fortes e duradouras do que as dores físicas, porque elas envolvem
emoções, sentimento, lembranças, culpa, remorso e decepção.
Dói
quando a gente se engana com alguém que se mostra, com o tempo, como uma pessoa
totalmente oposta ao que esperávamos. Pior é que, enquanto o outro ainda finge
ser quem não é, a gente se abre e compartilha tudo, a gente se abre e se doa.
Então, de repente, o outro usa contra nós tudo aquilo que lhe oferecemos,
distorcidamente, cruelmente, covardemente. Dói.
Dói
quando a vida diz não, quando os sonhos se apequenam, quando a vida não dá
certo. A gente estuda e se prepara e não passa no vestibular ou no tão sonhado
concurso. A gente atravessa as etapas de uma seleção de emprego até o fim e não
é chamada. A gente idealiza planos para os filhos e eles caminham do lado
contrário. Tanta coisa não dá certo, tantos imprevistos – muitos deles
desagradáveis. Dói.
Dói
quando o relacionamento amoroso não dá certo, quando o rompimento é a única
saída de uma situação que não mais se suporta. Todos queremos que a vida a dois
dê certo, porque nos esforçamos, suamos e nos dedicamos ao outro com verdade e
inteireza. Daí o retorno não vem, os olhos fitam o vazio de uma entrega sem
sentido, desvalorizada e unilateral. Dignidade nula, sentindo-nos um nada,
resta-nos partir. Dói.
Dói
perder pessoas; a alma se fere com a ausência de quem tanto amávamos. Vivemos e
vamos acumulando gente que chega e gente que se vai. Por mais que saibamos da
finitude da vida, parece que nunca estamos preparados para enfrentar a dor do
luto, por nossos queridos, por nossos animaizinhos de estimação, enfim, por
todos aqueles cuja presença deixava o dia mais bonito. Dói.
Nesses
momentos, teremos que enfrentar muita escuridão e desesperança de forma
solitária, no sentido de que se trata de uma jornada muito íntima e pessoal.
Ainda assim, olhar para o lado e sentir o amor de quem sempre esteve ali do
nosso lado e sempre estará, com acolhimento verdadeiro e afeição sincera, será
essencial na cicatrização de nossas feridas emocionais. Porque não há nada que
possua o poder de cura que o amor irradia. Dor física a gente combate com
analgésico, dor da alma a gente cura com amor. Sempre o amor.
Via: Portal Raízes
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