O
fim de qualquer relacionamento amoroso é uma das experiências mais dolorosas
que pode gerar um enorme sofrimento, um turbilhão de emoções e até adoecer
mentalmente e fisicamente os envolvidos.
Essa
experiência pode fazer as duas partes – tanto quem toma a decisão, quanto quem
recebe o fora – vivenciarem um misto de sentimentos, que incluem confusão,
culpa, medo do futuro, tristeza, solidão e, muitas vezes, depressão.
Elisabeth
Kübler-Ross, uma psiquiatra suíço-americana, que se especializou em cuidados
paliativos e em situações próximas da morte, desenvolveu o famoso modelo
Kubler-Ross, em que classificou as cinco fases do luto. Esses estágios também
valem para sensações experimentadas diante de perdas amorosas.
Segundo
ela, as fases do luto passam por sentimentos de negação, raiva, barganha,
depressão e finalmente aceitação. O processo é longo e, embora não exista
fórmula mágica para acabar com a dor, existem maneiras de amenizá-la e abreviar
o sofrimento.
Conversamos
com uma psicóloga e uma psicanalista especialistas em terapia de casais e
sexualidade humana que listam algumas orientações para encarar o momento de
dor; confira:
Permita-se
sofrer
O
sofrimento é inevitável, natural e até necessário nesses momentos. Para as
especialistas, a melhor maneira de lidar com ele é encará-lo completamente.
“Quando o outro me deixa, eu
tenho uma dor muito forte. Então, vai haver uma mistura de sentimentos
cíclicos. Pode haver solidão, vontade de morrer, de afastar-se de todo mundo,
sensação de abandono. Mas uma aceitação bem feita desse luto vai revertendo
aquele amor da relação para ela mesma”,
explica Dorli Kamkhagi, psicanalista do Laboratório de Neurociências do IPq – Instituto
de Psiquiatria da USP.
Dê
um tempo a você
A
maioria das pessoas já ouviu o velho ditado “o
tempo cura todas as feridas” e isso também é verdadeiro quando se trata de
relacionamentos. Esse tempo varia de pessoa para pessoa. Algumas superam a dor
depois do primeiro mês, outras precisam de um ano ou até mais. No entanto,
quando o sofrimento ultrapassa muito mais que isso e prejudica o trabalho ou
estudos, o ideal é procurar ajuda terapêutica ou médica. “A terapia vai dar novos significados sobre quem a pessoa é e a ajuda a
perceber sozinha que há outras perspectivas e possibilidades na vida”,
explica Dorli.
Não
encare a dor sozinho(a)
Fazer
novos amigos e procurar os antigos é uma forma de encarar a dor.
Para
as especialistas, é importante pedir ajuda de familiares e amigos e abrir o
jogo sobre como está se sentindo. “Costumo
dizer que é bom viver a síndrome do Gasparzinho, de ir atrás dos amigos, de
procurar companhia, de se cercar de pessoas. Não tenha vergonha de perguntar se
o outro quer ser seu amigo e resgatar os mais antigos que você não vê há um
tempo”, orienta a psicóloga Adriana Severin, especialista em sexualidade
humana.
Evite
contato via redes sociais
Ao
terminar uma relação, é comum surgir uma curiosidade sobre como o(a) ex está
lidando com a situação, mas dar aquela espiadinha nas redes sociais dele(a) não
é a melhor decisão.
Esse
acompanhamento à distância pode trazer uma falsa esperança de retorno, gerando
ainda mais dificuldade na elaboração desse rompimento. Além disso, a espiadinha
pode causar um sofrimento ainda maior, principalmente, se o outro já estiver
tocando a vida.
Adote
o hábito de escrever o que você está sentindo
Colocar
no papel tudo que você está sentindo ou pensando é uma maneira de tirar do
peito a angústia e colocar para fora um pouco da dor. Também é interessante
listar tudo o que o relacionamento antigo tinha de positivo e negativo. No
começo, só irão aparecer coisas boas porque há uma tendência de ver o outro de
maneira idealizada, mas aos poucos, a pessoa começa a perceber que nem tudo era
tão bom assim.
Reconstrua
uma nova rotina
Perder
uma pessoa significa também perda de rotina. Chegar em casa à noite e não
receber aquela ligação, passar o fim de semana sem encontrar o outro, tudo isso
causa sensação de lacunas e vazio. Por isso, passado o primeiro período de dor,
é importante dar novos significados ao tempo livre. “Esse é o momento da pessoa ser criativa com ela mesma, procurar novos
cursos, novos hobbies, novas ocupações que a tirem da rotina antiga e evita
lembranças”, sugere a especialista do IPq, Dorli Kamkhagi.
Zere
os sentimentos antes de engatar outro relacionamento
A
ideia de que um amor cura o outro, na prática, pode não ser a melhor solução.
As terapeutas concordam que antes de começar um novo relacionamento é preciso
zerar os sentimentos antigos e estar bem na própria companhia.
Via: Vida em Equilíbrio
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