Às vezes, não ser correspondido por alguém é um tremendo livramento.



Têm escolhas que não dependem de nós, que contrariam nossos desejos e nos entristecem por um tempo, mas depois, olhando para trás, percebemos que foram essas histórias encerradas - mesmo contra nossa vontade - as peças fundamentais para nossa felicidade. Pois a mão de Deus é poderosa, e mesmo sem enxergar no momento, algumas coisas são um tremendo livramento.
Às vezes a gente fica tão focado naquilo que perdeu que acaba não dando chances para o que virá. Os livramentos acontecem silenciosamente, a todo instante, e mesmo sem compreender, é preciso confiar. Acreditar que algumas perdas não são prejuízos, e sim bênçãos disfarçadas.

A vida é constituída de muitas histórias, e alguns capítulos só serão escritos quando outros forem encerrados. Em vez de apenas lastimar suas perdas, comece a ter fé de que foram o gatilho necessário para uma felicidade mais palpável e duradoura. Assim como gavetas bagunçadas que precisam de espaço e faxina, a vida só vai adquirir ânimo novo se a gente permitir. Se a gente autorizar que nossas bagunças deem lugar a alegrias novas e coragens renovadas.
Preste atenção ao que você perdeu. Olhe com sensatez para aquele lugar vago e por um instante de lucidez comece a discernir se realmente foi uma perda ou um ganho. Se o espaço antes ocupado por aquela pessoa, situação ou sentimento pode agora ser preenchido por coisa melhor. Tenha o bom senso de observar as lacunas que restaram, percebendo que finalmente está livre para uma história mais inteira e recíproca. Às vezes a gente imagina que é dono de um jardim, mas só é possuidor dos espinhos do jardim. Precisamos parar de aceitar a dor como algo que nos completa, e começar a desejar a beleza, o perfume e todo o bem que o jardim inteiro pode nos proporcionar.
Às vezes, não ser correspondido por alguém é um tremendo livramento. Dói ser rejeitado, dói ser preterido. Porém, um dia a compreensão chega. E respiramos aliviados por não termos sido a prioridade ou a escolha de alguém. Pois foi a desistência desse alguém por nós que impulsionou nosso encontro com o caminho mais acertado que nos estava reservado. O caminho que, cegos pela paixão, engano ou teimosia, não conseguíamos enxergar.

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