Costumamos
atrelar a idade aos prazeres da vida que possam ser desfrutados ou não.
Raramente conseguimos deixar de imaginar se agir de determinada maneira não
parecerá ridículo, tendo em conta a idade que temos, como se a cada fase da
vida correspondesse necessariamente um rol de atividades adequadas. E assim
muitas vezes nos privamos de prazeres frugais simplesmente porque achamos que
não temos mais idade para aquilo.
Embora
muitas coisas realmente dependam da fase da vida em que estamos, do grau de
maturidade que já alcançamos, jamais poderemos estar errando caso tomemos
atitudes que não fujam ao nosso controle, que não nos esgotem física e
mentalmente. Querer aguentar, por exemplo, partidas seguidas de futebol quando
já não temos mais vinte anos e se não estivermos com a saúde em dia será
incoerente. Mas por conta do que possa nos acontecer e não em razão da opinião
alheia.
Precisaremos
ouvir os conselhos de quem nos rodeia, haja vista que muitos já passaram por
experiências que poderão nos ser úteis, porém, teremos que selecionar os
palpites que nos chegam, pois muitos deles não terão serventia, ainda mais se
enviados por quem mal nos conhece. Claro que aqueles que nos amam de verdade e
torcem por nós trarão aconselhamentos de bom grado, no entanto, jamais
poderemos nos permitir nos tornarmos surdos aos nossos próprios anseios, às
nossas vontades.
Ponderarmos
sobre o que sonhamos e a utilidade daquilo tudo em nossas vidas será
providencial, para que não nos lancemos a viagens inúteis que nada
acrescentarão a nossa jornada. Aquilo a que renunciamos deverá ficar lá atrás,
como algo que não era nosso, não nos faria bem, ou carregaremos pesos de
remorsos por demais danosos ao nosso bem-estar. Teremos que ter a certeza de
que nós próprios tomamos a decisão naquele momento, para que não culpemos
injustamente os nossos queridos pelas escolhas que foram de fato somente
nossas.
Eis
um dos segredos do bem viver: não querer agradar a todos, valorizando sobretudo
o que somos e quem temos como companheiros certos de jornada. Estender nossos
ouvidos para além daquele círculo de pessoas que realmente se importam conosco
acabará nos desviando de nossas verdades, de nós mesmos. Matar, a pouco e
pouco, a nossa essência, para agradar o mundo lá fora será a pior coisa que
poderemos fazer contra nossa felicidade. Se estivermos felizes junto dos poucos
que importam, já poderemos nos considerar abençoados, pois é disso que se vale
a vida, afinal.
Via: Resiliência Mag
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