Que
seria de nós se não fossem os anos passados, os saudosos anos que muitos de nós
lamentamos por não mais os termos.
Ficamos
ansiosos à espera da nova era e suas possibilidades. Fazemos mil planos, pois
motivados com a mudança, sabemos, serão novas energias.
São
com os recomeços que nos empolgamos, focamos no que ainda não realizamos.
Cansados
da mesmice, empurramos com a barriga, esperando que as coisas erradas se
consertem, mas então, chegando no final, percebemos que fomos relaxados e
displicentes; é nessa fase de comemorações que tomamos decisões, antes
preguiçosas.
Mudanças
de hábitos e pensamentos podem acontecer em qualquer época, mas teimamos em
acreditar que somente serão possíveis num ano que ainda vem.
Se
pararmos um instante, fazendo um balanço do que fomos, perceberemos que ainda
somos as mesmas pessoas, só que com mais bagagem. Não será o novo ano que
proporcionará o melhor, chances sempre tivemos, nós é que não as aproveitamos.
Ao
nos despedirmos dos anos velhos, deveríamos fazê-lo com melancolia e até um
certo arrependimento, se não fossem eles, não seríamos quem somos hoje.
Cada
ano vivido acrescentou algo de importante na nossa essência. Cada ano passado
confiou na gente, e mesmo carregando muito de nós, nos fortaleceu. Anciões,
esses anos já envelhecidos estiveram sempre dispostos a nos ensinar, só não
aprendeu quem foi cabeça dura.
Como
os anos que já se foram, nós também já começamos a morar no passado, também
esperamos que não nos ignorem; quem sabe nos considerem apenas como geração vintage, que seria um elogio.
Para
que o novo surja e abrilhante nossa vida, ele precisa ter força e a força vem
do conhecimento. Seria mais ou menos como um aparelho ultramoderno, com toda a
sua coerente funcionalidade. Não fora inventado do nada, antes de ser o que é,
já teve deficiências. Toda grande invenção precisou de aprimoramento, de
pessoas que acreditavam no projeto, para que fosse melhorado. Até os gênios da
humanidade foram ingênuos, suas mentes brilhantes puderam estar adiante do seu
tempo, mas haviam limitações técnicas e filosóficas.
O
velho sempre dará lugar ao novo, é assim que deve acontecer, mas nunca poderão
ser considerados com valor reduzido, porque por trás de todo bom resultado,
houve muito esforço.
Somente
quando aprendermos a valorizar o velho, é que poderemos usufruir sabiamente do
novo.
Ao
comparamos o velho com o novo, já sabemos qual sai ganhando, na maioria das
vezes. O mais novo destaca-se, chama a nossa atenção, quando na verdade é o
velho que possui mais experiência. Calejados e sofridos, os anos passados não
têm a capacidade de absorver muitas informações, mas, então, adaptam-se,
mostrando que ainda podem participar, mesmo com suas limitações.
A
estrutura do velho é solidificada, pois possui alicerce confiável. Construções
novas são acolhedoras e vistosas, conquistam-nos de cara, mas, talvez, não nos
ofereçam a segurança necessária. Subestimar os antigos anos é cuspir no prato
que se comeu.
Velhos
e novos podem conviver juntos em harmonia, se formos espertos para aproveitar o
que cada um tem a nos oferecer.
Somente
saberemos o que nos espera com os anos que ainda virão, que estão prestes a
acontecer, se tivermos a consciência que um não vive sem o outro.
Via: O Segredo
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