Nunca
é tarde demais para prestar atenção nas emoções não expressadas que arquivamos
no corpo, que se manifestam através de dores, desconforto e tensões.
Quando
olhamos para a linguagem que usamos para falar das nossas reações emocionais,
normalmente existe uma sensação física associada a elas: um caroço na garganta,
borboletas no estômago, falta de ar, o peso do mundo nos ombros. Isso não é
mera coincidência. Essas reações viscerais são mensagens do nosso corpo.
Chamamos
de ‘conexão entre mente e corpo’. Essas reações são associadas com o uso da
mente – através de pensamentos positivos – para ajudar a melhorar o estado
geral do corpo, sua imunidade e provocar sensação de bem-estar. Embora usar a
mente para atingir o corpo seja extremamente útil e preciso, não podemos
ignorar que nosso corpo pode também ser uma forma de acessar e tratar nossas
emoções mais escondidas.
A
maioria de nós pode se lembrar de um tempo quando expressar uma emoção era
desencorajado pelos adultos que nos cercavam. Pais ainda dizem para as crianças
que “sejam valentes”, ou “engulam o choro”. Ou ainda diminuem
suas sensações de dor com o clássico “não
foi nada”. Nossos corpos simplesmente gravam aquilo que acontece com nossas
emoções – mesmo que tenhamos sido convencidos intelectualmente a lidar com
elas, ou a ignorá-las. O impacto físico e emocional de dores e sentimentos não
expressados é algo que perdura. Fica marcado.
Abaixo
há uma ilustração de padrões típicos de emoções guardadas no corpo,
reconhecidas pelas entidades de trabalhos corporais. Cada pessoa desenvolve
também seus padrões individuais, mas esses são alguns dos padrões mais comuns:
Nossos
corpos sabem das coisas que nossas mentes gostariam de se livrar. Das coisas
que estão esquecidas em algum nível de consciência, estão sempre presentes
concretamente no corpo. A boa notícia é que nunca é tarde para acessar esses
assuntos, e que os resultados de um olhar para o corpo, podem afetar tanto o
plano físico como o mental e emocional.
Alguns
passos que você pode dar para liberar emoções mal resolvidas:
1)
Encontre uma atividade física diária que você goste. Perceba, não se trata de “faça exercício”. Cuidar do corpo é
importante, mas a intenção aqui é ser feliz, através do olhar para o corpo.
Portanto tem que ser alguma atividade que amamos fazer. É interessante também
que seja algo que acalme um pouco a mente. Muitas pessoas encontram na ioga,
nas corridas e outras atividades do gênero esse componente meditativo. Pode ser
simplesmente uma caminhada silenciosa de dez minutos, onde você pode prestar
atenção na sua respiração e outras sensações corporais.
2)
Receber algum trabalho corporal com frequência. Massagens terapêuticas são uma
das formas mais efetivas de se liberar emoções guardadas. Quando alguém
trabalha nos nódulos do pescoço, onde guardamos estresse e raiva por tanto
tempo, as emoções começam a vir à tona. É comum ver clientes chorando nas mesas
dos massagistas. É importante somente lembrar que os profissionais de terapias
corporais não são psicoterapeutas, portanto são tidos como agentes auxiliares
para liberar as emoções e iniciar o processo de cura, individual de cada um,
que pode necessitar em outro momento de ajuda de outros profissionais.
3)
Fazer do toque parte integrante de nossos relacionamentos primários. Isso soa
simples, óbvio até. Mas infelizmente podemos nos deixar levar pela cultura do “não-me-toque”. Menos e menos das nossas
interações diárias envolvem o toque. Na medida que apoiamos nossas estratégias
de comunicação nas mídias sociais e demais tecnologias, nossos relacionamentos
tem menos contato corpo a corpo do que precisamos. Encoste nas pessoas, nos
braços ou ombros, quando fala com elas. Cumprimente os amigos com um abraço. Vá
jogar basquete com os amigos, ao invés de assistir na TV. Quando começarmos a
compreender que não somos mentes presas dentro de um corpo, e sim mente e corpo
atuando em perfeita harmonia, podemos começar a curar velhas feridas de uma forma
mais profunda e duradora.
Via: Revista Pazes