Vivemos
em um mundo cheio de autoafirmações e padrões que nos são impostos todos os
dias. Nós, mulheres, somos escravizadas por nós mesmas ao nos impor modismos e
regras absurdas. Para ser uma mulher com potencial, sexy, inteligente, gostosa,
não precisa nada além de ter personalidade e gostar de si própria.
Chega
dessas concepções que mulherão é ser gostosa, é ser percebida na multidão. Para
ser qualquer ‘ão’, tem que ser especial, fazer a diferença, sem qualquer dieta
absurda, sem qualquer padrão imposto por uma sociedade que nos diz que para ser
ideal, é preciso ter tantos centímetros disso ou daquilo de acordo com altura.
Devemos ser felizes do jeito que somos, pois, pessoas que se aceitam, que se
amam, não diz ‘amém’ para imposições e suposições.
Ser
um ‘mulherão’ é ter charme para dizer não na hora certa e sim para se sentir
plena. Ser independente de corpo e alma. Sermos nós mesmas. Nenhuma mulher
que se preze, vai permitir que “tem que
ser assim ou assado”, porque ela tem personalidade própria, se ama antes de
qualquer restrição e não se acata a ditaduras alheias.
Basta
de tantas discrepâncias que levam muitos mulherões a neuroses diversas:
emagrecer milhares de quilos em uma semana, comprar sapatos e roupas de marcas
sem muita condição financeira, comprar no cartão de crédito em duzentas mil
vezes porque está na moda. O bom da vida é ser mulherão mesmo que com pouco
dinheiro, desempregada, poucas roupas para sair, porque o que mais importa é o
carisma, e isto ninguém pode comprar ou precisa de modismos.
Não
precisamos de autoafirmações, porque já somos autoafirmações em pessoa. Não
precisamos o que nos escraviza. Não precisamos de marcas caras, restaurantes
internacionais e nem limusine na porta, a verdade é que precisamos de liberdade
para sermos quem somos, mesmo que seja em uma camisola de bolinha, cabelos para
lá e para cá e chinelo Havainas. É o contexto que nos define e não o título.
Ser
um mulherão é ser livre, é se amar por inteira, mesmo se alguns quilos sobram.
Ser um mulherão é se sentir gostosa dentro de uma calça jeans e camiseta. Somos
um mulherão quando nos desdobramos para a família e paramos de trabalhar por um
tempo para nos dedicarmos aos filhos. Somos um mulherão quando olhamos para o
nosso corpo flácido, com estrias, com celulites, alguns pés de galinhas e,
mesmo assim, está tudo muito bem, porque são marcas registradas da vida, das
experiências, do tempo.
Não
há necessidade de unhas e cílios postiços. Não há necessidade de exibir decotes
e pernas invejáveis. Não há necessidade de se matar na academia para queimar
gordurinhas extras e ficar sequinha. Não há necessidade de cabeleireiro todas
as semanas e nem fazer as unhas. Não há nenhuma necessidade, se você não se
ama, não consegue se sentir importante para quem está ao seu lado e está
vivendo apenas de fachada. Não há necessidades em se fazer melhor ou mais
bonita, quando a alma está cheia de obrigações e aparências. Não tem
necessidade alguma, se por dentro, você está se sentindo qualquer coisa, menos
um mulherão.
É
importante ter uma aparência, mas que seja de verdade, sem ser fingimento com
você mesma. Um vestido novo, uma ida ao salão de beleza, algumas aplicações de botox, fazer atividade física, comprar o
sapato mais caro, são necessários também, porém que não seja escravidão
imposta, compulsão causada por decepção e solidão, mas que sejam opções para nos
sentirmos mulherões de fato.
Um
‘mulherão’ é aquela que se sente livre, sem ter uma vida embasada em
superficialidades e ditaduras para sobreviver o dia a dia. Quer ser um mulherão?
Seja você mesma sem qualquer ‘mimimi’ de uma sociedade que te seduz e depois
nem te percebe.
Seja
apenas um mulherão do seu jeito, nem que seja às avessas! O mais importante
está nas entrelinhas da sua beleza interior e na delícia de se viver livre.
Via: Caminhos