É
tarefa difícil oferecer ajuda de verdade, pensar junto, fazer pelo outro mais
do que apenas criticá-lo. Tem gente achando bonito ser truculento, mal-educado
e inconveniente em nome de um duvidoso desejo de ajudar.
É
difícil, sim. Oferecer ajuda de verdade, pensar junto, fazer pelo outro mais do
que apenas criticá-lo é tarefa dura, trabalho pesado. Em pleno século 21, tem
gente achando bonito ser truculento, mal-educado e inconveniente em nome de um
pretenso e duvidoso desejo de ajudar.
Você
sabe como é fácil chutar o balde, né? Vê quanta gente assanhada pra ver o circo
pegar fogo? É tanta boa intenção infernizando a vida alheia, tanto bom-mocismo
apontando o dedo, plantando cizânia e puxando o tapete, tanto vigarista
disfarçado de salvador da humanidade que os canalhas deviam se preocupar: eles
estão perdendo mercado.
Do
nada, toma forma na sua frente um sujeito qualquer e anuncia: “agora eu vou chutar o balde”. E dá-lhe
esculhambação, clichês medonhos, chavões idiotas em nome da moral e dos bons
costumes. Dá-lhe hipocrisia cuspida em nossa cara por alguém que se acha
perfeito e não tem o menor pudor em julgar quem quer que seja.
Cá
entre nós, chutar o balde todo mundo chuta. Duro é passar a mão numa vassoura e
ajudar na limpeza da casa. Apontar o dedo é fácil. Estender a mão é que são
outras.
A
questão é: quem tem tanto tempo para cobrar qualquer coisa dos outros, bem
podia gastar um minuto ou dois pensando no que fazer para mudar o que acredita
estar errado. Fazer e não cobrar somente. Realizar e não tagarelar. Corrigir e
não julgar. Dar o exemplo e não um pontapé no balde.
Quem
fala sem ouvir e age sem pensar mais atrapalha do que ajuda. Chutar o balde e
sair andando, sem a menor disposição de arrumar a bagunça que vai deixar na
casa alheia não é ser voluntarioso nem comprometido. É ser um canalha em pele
de gente boa.
Via: Caminhos