Alguns
amores nos salvam da vida. Por resgatarem quem somos depois que partes de nós
mesmos são deixadas pelo caminho. Por fazerem de nossas cicatrizes parte de
suas estruturas também. Por acolherem nossa história com delicadeza,
transformando o que era imperfeito numa nova possibilidade. Por permitirem o
encontro com a esperança, o cortejo com a fé. Por dividirem as angústias do
existir, permitindo que nossos fantasmas sejam lapidados, nunca enterrados.
“Se nada nos salva da morte, pelo
menos que o amor nos salve da vida”...
Pois
a vida é uma experiência dura, muitas vezes confusa, incompreensível e incerta;
e reconhecer um abrigo no meio de tanta inquietude é acolher o tempo da
clareza, em que tudo passa a ser suprido de sentido.
Alguns
amores nos salvam da vida. Por resgatarem quem somos depois que partes de nós
mesmos são deixadas pelo caminho. Por fazerem de nossas cicatrizes parte de
suas estruturas também. Por acolherem nossa história com delicadeza,
transformando o que era imperfeito numa nova possibilidade. Por permitirem o
encontro com a esperança, o cortejo com a fé. Por dividirem as angústias do
existir, permitindo que nossos fantasmas sejam lapidados, nunca enterrados.
O
amor nos torna vulneráveis. Ainda assim, percebemos sua urgência quando
compreendemos que a vida é uma faísca, um piscar de olhos entre o nascente e o
poente de nós mesmos.
Como
diz a canção, “a vida tem sons que pra
gente ouvir precisa aprender a começar de novo...” E descobrimos que
começar de novo não significa retroceder, mas entender que não haverá mais de
nós em cada esquina ou aeroporto. Que não há outro tempo em que estaremos
juntos além do tempo presente que se descortina diariamente. Que não seremos
melhores ou maiores além do que podemos ser nessas horas em que vivemos e
permanecemos lado a lado.
De
vez em quando torna-se necessário fazer o caminho de volta para que o amor nos
reconheça também. Desistir das corridas, dar trégua aos projetos ‘imprescindíveis’,
abandonar rotinas desgastadas pelo tempo, apaziguar o contrato com a pressa.
Resgatar os laços, valorizar os momentos, perceber-se merecedor daquilo que não
se toca nem se vê. Arriscar a travessia, suportar os desvios do percurso, desistir
de antigas rotas, aplacar a saudade do que ainda está lá.
O
tempo leva embora de diversas maneiras, enquanto a vida traz sem grande alarde.
Que
haja lucidez. Lucidez para enxergar os presentes que recebemos e poucas vezes
enxergamos. Lucidez para valorizar o que nos pertence de fato. Lucidez para
aceitar o fim de um tempo e o começo de outro, diferente, mas nem por isso
pior. Lucidez para acolher o que é verdadeiro, real e provido de sentido.
Lucidez
para amar e ser amado. Lucidez para finalmente permitir que o amor nos salve da
vida...
Via: Obvious