Quando
a gente decide tomar um novo rumo na vida, acontece um movimento natural de
buscar reforços. A gente lê, faz cursos, participa de grupos, se mune de
conteúdos que apoiem nossa transformação. Porém chega um momento em que toda
essa carga vai transbordando. A gente pode entrar numa ansiedade tremenda,
querendo que as coisas caminhem rápido, afinal começa a soar um alarme interno
de muito tempo perdido. Quando a gente começa a se aprofundar e a remexer nos
baús, parece que a vida virou uma enorme bagunça. A gente quer mudar tudo aqui
e agora. Mas não há organização que possa começar por todos os lados ao mesmo
tempo, só que a gente não sabe por onde começar. O copo transborda. Nessas
horas a gente quer alguma luz, busca respostas por todos os lados, um conselho,
uma dica. E vai acumulando mais carga e o copo transborda ainda mais. Daí a
gente começa a questionar a nossa capacidade, as teorias e até as pessoas que
nos estenderam as mãos. A gente passa a buscar, questionar, debater com tudo
que está fora. Mas o turbilhão está dentro.
~
pausa para respirar ~
Quantas
vezes ao dia você respira profundamente? Quantas vezes ao dia você sequer
percebe a sua respiração? Se hoje, não houve nenhuma pausa assim, que essa seja
a primeira. Perceba o ar entrando pelas narinas mais frio, saindo pela boca
mais quente, o peito se estendendo depois relaxando. Ocupe seu lugar no momento
presente.
Quando
a gente quer tomar um novo rumo, na melhor das intenções, a gente começa um
movimento. Mas a gente começa, muitas vezes, uma movimentação que só nos
consome energia, um movimento que não nos move a lugar algum. Simplesmente
porque não ouvimos a nossa voz, não refletimos qual horizonte será o nosso
norte, nem sentimos nossos pés pisando o solo que está aqui e agora. Então,
respire! Você não está numa corrida ou numa luta contra o tempo. Não! Faça do
tempo seu aliado. Você não está atrasada. Você está no exato momento perfeito
para saber o que você sabe e os recursos chegaram na hora em que você estava
pronta para receber. Essa é a sua hora! Você nunca mais será tão jovem quanto é
agora (isso vale se você tiver 17 ou 63 anos), nem nunca teve a consciência que
você tem agora. E mais, você só tem o agora. Então, desfrute-o. Não encha seu
agora com cobranças pelo que foi, nem com medo pelo que virá. Senão, seu agora
vai virar uma ilusão, uma miragem.
Pare,
respire. Comece por um ponto. Um pequeno passo. Abra um pequeno espaço na sua
agenda e comece a cuidar de você, que sejam 15 ou 20 minutos por dia. Comece a
escrever um Diário da Gratidão. Esvazie a mente. Cante ou dance. Faça algo que
eleve sua energia e bem-estar. Com o tempo, esses 15 ou 20 minutos já serão
sagrados. Você conseguirá abrir mais algum tempo, 1 hora quem sabe. Até que
você consiga enxergar sua presença em todos os momentos e em todas as escolhas.
Eu
sei, você tem fome de vida! Você quer preencher sua existência com tudo de belo
que você almeja. Você quer sentir seus olhos brilhando e o coração batendo
dentro do peito. E você quer isso agora! Mas se você não desacelerar, o que
você vai sentir é só o coração batendo ansioso e a respiração curta e pouco
profunda, enchendo seu peito de angústia – o contrário de tudo que você sonha.
Comece
pelo seu ‘porquê’. Por que você quer realizar essa transformação profunda? Qual
é o significado disso para você? Por que você quer levantar todos os dias de
manhã? Qual é a diferença que você quer fazer? Qual é o seu lema de vida? E
também aqui: respire! Comece pelos pequenos ‘porquês’, não se exija achar a
revelação do suprassumo do universo. Podem ser coisas simples, como “eu quero ser colo e aconchego”, “eu quero inspirar as pessoas a serem elas mesmas”,
“eu quero ser quem eu sou e me sentir
presente na vida” ou alguma outra frase simples que espelhe o seu ‘porquê’
nesse momento, como ele veio para você.
A
partir desse ‘porquê’ é que deve se assentar o restante. Dele é que vem o ‘como’.
Como você vai expressar esse ‘porquê’, seu propósito, seu lema de vida. Depois
vem ‘o quê’, o que você vai fazer, quando, de que maneira. A partir daí você
tem critérios mais sábios (da sua sabedoria interna) para tomar decisões, para
comparar as propostas com os seus valores, para planejar ações, para traçar seu
mapa e seguir a caminhada.
Enquanto
essas bases não se clareiam, não existe super ferramenta de produtividade que
aprume as coisas, nem guru que ilumine as ideias. Ah, mas também não espere ‘se
conhecer completamente’ antes de dar os primeiros passos. Muitas vezes o seu ‘porquê’
vai se revelar para você no cotidiano, nos acontecimentos corriqueiros, em
alguma frase que vai lhe parecer nova, na medida que você diz sim às coisas que
lhe acendem. Clareie as bases e vá definindo os próximos passos, com calma e
inteireza. Vá pra vida e esteja atent@!
O
que acontece é que a gente sai à procura de algo que nem sabe o que é, nem sabe
como, muito menos o porquê. Como você vai reconhecer a resposta, se nem sabe
qual é a pergunta? Então, se asserene, acolha as perguntas, aprenda a amá-las.
Comece procurando as respostas que vêm de dentro, observe seu movimento interno
e comece a clarear as coisas. Procurar por respostas para aplacar a sua
ansiedade, alimentando mais ansiedade... Bem, assim você só vai ter mais
respostas desse mesmo nível. Se a gente quer soluções diferentes, precisa fazer
diferente.
~ deixe ser fácil ~
Deixe
que flua, deixe ser fácil.
Muitas
vezes basta que a gente faça um pequeno ajuste no nosso jeito de pensar, que a
gente pare de resistir e controlar, que a gente pare de dificultar. E aí, as
coisas fluem.
A
gente é que complica. Então, a gente também pode simplificar, facilitar, permitir.
Respire,
se escute, se acolha. Não se cobre tanto, viu? Você está fazendo um lindo
caminho! Reconheça isso!