“Não me sinto vítima, não gosto
desse ‘ai, coitadinho dele, está cansado’. Não. Quero continuar a minha vida,
fazer o que eu faço”,
disse.
Padre
Fábio de Melo revelou estar enfrentando a síndrome do pânico, transtorno que
pode provocar crises de ansiedade e medo, mesmo sem motivo aparente. Em
entrevista ao novo programa de Otaviano Costa na Rádio Globo, No Ar, nesta
terça-feira (9), o sacerdote disse não ter motivos para esconder o problema e
declarou seguir normalmente com a rotina: “Eu
sou extremamente aberto a contar minhas fraquezas. Não tenho medo da minha
humanidade”, afirmou.
“Estou vivendo um tempo muito
difícil na minha vida, mas com muita disposição também. Não me sinto vítima,
não gosto desse ‘ai, coitadinho dele, está cansado’. Não. Quero continuar a
minha vida, fazer o que eu faço e, quando eu quiser fazer a minha pausa, quero
dizer também ‘Olha, hoje eu não estou com disposição’. Então é assim que eu
vou. Conseguindo conquistar os meus territórios com a minha verdade e
autenticidade”,
acrescentou.
Padre
Fábio atribui o distúrbio às suas funções como sacerdote, o que ele acredita
provocar um desgaste emocional natural. “Eu
sei que eu sou afetivamente exigido o tempo todo. Faz parte do meu trabalho, eu
sei, as pessoas, quando elas se aproximam de mim, elas chegam muito afetuosas,
muito cheias de histórias, e é claro que é um desgaste natural, um desgaste
emocional natural de tudo aquilo que eu faço”, disse.
Depois
de ficar famoso como cantor, o artista se tornou fenômeno nas redes sociais
pelo bom humor, compartilhado no Twitter, Instagram e em outras plataformas. De
acordo com ele, nem só bons momentos foram proporcionados pela internet, a qual
definiu como uma ‘aliada do diabo’, entre risos: “Dá medo demais. Porque a internet é uma casa de vidro em que você
escolhe viver, com todos os riscos e com todas as possibilidades também. A
internet é perigosa demais. Eu já fui muito crucificado”.
Apesar
dos riscos, diz o padre, a experiência proporciona a sabedoria do que é
adequado ou não nas redes sociais. Alguns ‘assuntos sagrados’ não são
permitidos. “Agora, é interessante porque
tem um período de serenidade. Você desfruta, chega ao ponto certo, ao
equilíbrio, você sabe até onde pode ir, com o que pode e não pode brincar. Tem
assuntos sagrados que eu sei que não posso brincar mais”, afirma, se referindo
ao futebol e não à igreja. “Acho a galera
do futebol pior”, acrescentou, lembrando de quando brincou com os times
Atlético Mineiro e Cruzeiro e foi amplamente xingado por internautas.
Via: Diário de Pernambuco