Um
episódio saboroso da trajetória de Joseph Campbell e um convite para refletir
sobre o que faz a vida valer a pena.
“Duro é não saber o que faz seu
coração vibrar.”
Foi
essa a reação da minha irmã. Era o primeiro comentário ao texto que escrevi
sobre desperdiçar a própria vida.
A
mensagem que eu procurava comunicar era algo assim:
A
maior parte das pessoas acaba absorvida pelas correrias do dia-a-dia e deixa
sempre para depois a realização de seus sonhos e de suas paixões. Não faça
isso. Ninguém sabe quanto tempo ainda tem, então pare de adiar - comece a buscar agora o que faz
seu coração
vibrar.
A
Amanda Wik comentou que tem vivido seus dias como preciosidades. E que, ao
final de cada um deles, pergunta a si mesma: se este fosse o último, estaria
feliz com o legado que estou deixando?
A
Elisete Lindh tem o costume de recordar-se todo dia, ao despertar, que aquele
pode ser seu último dia na Terra. Dessa perspectiva, os problemas dela
tornam-se insignificantes e ela se concentra no que importa.
Em
um mundo de distrações, com tão pouco tempo para reflexão, considero essas
práticas poderosas. Se nos mantemos firmes, elas dão sentido às nossas
escolhas.
São
também formas de se lembrar e de se nutrir da bênção que é o simples fato de
estar vivo/a.
Minha
inspiração para aquele texto foi a filosofia de vida do escritor americano
Joseph Campbell, que pode ser resumida em uma frase: “Follow Your Bliss”.
A
tradução é problemática. Eu traduzo assim: “siga
o que faz seu coração vibrar”.
O
que lhe arrebata.
Nas
palavras dele:
Quando
segue o que faz seu coração vibrar, você se coloca em uma trilha que sempre
esteve ali, esperando por você, e a vida que deveria estar vivendo é a que você
está vivendo. Onde quer que esteja -
se estiver seguindo o que faz seu
coração vibrar, estará desfrutando desse frescor, dessa vida em seu interior, o
tempo todo.
Insatisfeito
com as exigências para realizar um doutorado, em um dia de 1929, Campbell fez
algo que, tenho certeza, muita gente sonha fazer.
Eu,
pelo menos.
Abandonou
a vida acadêmica, pegou todos os livros cuja leitura estava adiando, por falta
de tempo, e se enfiou em um casebre alugado no meio do mato. Ali passou os
cinco anos seguintes, dedicando um total de nove horas diárias a ler tudo o que
verdadeiramente lhe interessava.
(Pausa
para um suspiro)
Mais
tarde, ele declarou que foram os anos mais importantes de sua formação. Fora
isso, serviram também para contemplar o que afinal pretendia fazer com o resto
de sua vida.
Mas
minha irmã tem razão: é duro não saber o que faz o coração vibrar. E muita
gente reclama disso.
Não
à toa: todo o nosso período de formação escolar é um treinamento para
silenciarmos nossa voz e nos submetermos a autoridades externas. Acabamos nos
desconectando do que pulsa dentro de nós e que nos faz sentir vivos, inteiros e
autênticos.
Você
tem dedicado a maior parte do seu tempo e de sua energia a algo que lhe faz
sentir-se vivo/a ou vive com a sensação de estar apenas seguindo em frente?
O
que você espera da vida?
Via: Bem Mais Mulher