Se
há um amor reservado para nós, temos que correr ao seu encontro. Se existe um
emprego perfeito nos aguardando, temos que desenvolver nosso potencial
interior. Se a felicidade nos quer, temos que querê-la na mesma intensidade, na
mesma medida.
Sempre
estamos ansiando por obter novas conquistas e avançar nos degraus da vida, pois
é assim que se obtêm avanços, é assim que o mundo se moderniza e se
ressignifica continuamente. Da mesma forma, vamos então nos aprimorando,
oxigenando nossas ideias, tornando-nos seres humanos mais realizados e,
consequentemente, mais felizes – e é de gente feliz que o mundo anda carente,
para falar a verdade.
Ensinam-nos,
desde crianças, que temos que lutar por aquilo que queremos, uma vez que nada
cai do céu, nada é fácil, ou seja, é preciso adotar uma postura ativa diante da
vida. Ao mesmo tempo, conforme acumulamos experiências, vamos percebendo que
certas conquistas parecem ter sido a nós destinadas, como se a vida
generosamente nos predestinasse o que seria nosso.
Na
verdade, tanto a postura extremamente competitiva, no sentido de alcançar o que
se quer custe o que custar, quanto a atitude exageradamente utópica de crer que
nosso destino já está traçado por forças maiores e o que tiver de ser será,
virá até nós, são nocivas. Correr atrás do que se quer cegamente e aguardar
sentado por generosidades do universo acabarão por nos trazer tristeza,
desilusões e frustração, de uma ou de outra forma.
No
afã de conquistar posições elevadas, status social, bens materiais, popularidade
midiática, colocando aquilo tudo como única prioridade de vida, extrapolará as
dimensões saudáveis da obstinação desejável, levando-nos, muitas vezes, a
comportamentos antiéticos. Olhar somente para cima nos desvia a atenção de tudo
o que já temos em nossas vidas, a ponto de negligenciarmos o amor de nossas
vidas, a família, os amigos verdadeiros – e então eles se vão.
Por
outro lado, adotar uma postura passiva e conformista diante da vida,
agarrando-se tão somente a esperanças e expectativas de que as coisas
acontecerão por si só, como se tivéssemos um destino irrevogável descortinado
diante de nós, fará com que percamos chances e desperdicemos tudo o que podemos
ter e ser. É preciso querer e agir para que nossos sonhos possam se
concretizar, ou continuaremos no mundo dos sonhos, mesmo com os olhos abertos.
Se
há um amor reservado para nós, temos que correr ao seu encontro. Se existe um
emprego perfeito nos aguardando, temos que desenvolver nosso potencial
interior. Se a felicidade nos quer, temos que querê-la na mesma intensidade, na
mesma medida. Nós é que temos que nos dispor a ir ao encontro de tudo aquilo
que nos completa, que nos define, ou nossas verdades acabarão sufocadas sob o
peso da passividade, do conformismo, da espera cômoda e vazia do que poderia
ter sido, mas não encontrou coragem para sê-lo.