Olhar
de longe os acontecimentos, como mero espectador, não dá a ninguém autoridade
suficiente para julgar o que vê. Frequentemente, as pessoas são julgadas pelas
atitudes que tomam, sofrendo olhares de censura e comentários reprovadores de
quem não conhece o que se passou de fato até que se chegasse àquela tomada de
decisão. Um dos maiores favores que faremos aos outros será o de conhecer antes
de julgar.
Quem
rompe um relacionamento, quem larga o emprego, quem ama como quiser, quem fala
o que pensa, são inúmeros os exemplos de comportamentos que acabam sendo alvo
da maldade alheia, alvo do veneno de quem não consegue enxergar a si próprio e
foge disso denegrindo o outro. Como podem emitir juízos de valor baseados
somente no conhecimento superficial, sem ter vivido de perto nenhuma das
histórias que não são suas?
Cada
pessoa sente o mundo, os acontecimentos, a vida, de um jeito próprio, ajeitando
aquilo tudo conforme o que possui dentro de si, de acordo com o que vem se
tornando enquanto a vida lhe envia as bagagens. Ninguém sente igual, nem dor
nem prazer, o que nos impede de querer que o outro aja como achamos que deveria
ou como nós mesmos agiríamos. E quem disse que o que pensamos é o mais correto?
É muita presunção mesmo.
Da
mesma forma, bem como tanto se alerta, é preciso exercitar a empatia,
colocando-se no lugar do outro, entendendo-o antes de criticá-lo. E é preciso
coragem para se colocar nas dores alheias, porque isso dói, isso traz
consciência de que, muitas vezes, estamos sendo injustos com quem apenas
necessita de apoio. Atitudes extremas quase nunca são tomadas por quem está bem
e tranquilo, mas sim por pessoas enredadas em meio à dor e ao desespero.
Portanto,
não permita que ninguém o julgue sem ter vivido a sua história, sem ter
compartilhado nada com você, sem nunca ter perguntado se precisava de algo.
Ignore quem ataca sem entender, quem julga sem conhecer, quem fofoca sem saber,
porque a maioria das pessoas só está preocupada com o que acham serem erros
alheios que poderiam ser evitados, embora elas próprias errem e tentem se
esconder, apontando o dedo para fora de si. Afinal, ninguém conseguirá ser tão
implacável quanto a nossa própria consciência.
Via: Obvious