Quando
você me deixou e eu quis ir junto, disseram que eu devia cair ‘na real’, que
aquela separação seria melhor pra mim e que era para eu tentar enxergar o lado
bom. Lado bom? Isso depende dos olhos que a pimenta esteja. Nos meus a pimenta
ardia. Muito!
Eu
não via nada de bom naquele momento, só sentia uma dor imensa por todas as
imposturas que você me disse e por todos os motivos sem sentido que alegou para
se afastar de mim.
Eu
sabia sobre a sua imaturidade, mas até você me passar aquele atestado lavrado
em cartório de que era um bobão, achei que poderia haver um viés de sensatez nas
suas atitudes. Ledo engano.
Você
tentou voltar muitas vezes e eu te olhei sorrindo em todas elas. Cheguei até a
acreditar que as coisas seriam diferentes, mas você continuou igual... e
continua.
Mesmo
a nossa história desenhada de forma torta e com tudo para dar errado, o fim não
me parecia certo. Eu queria pra sempre, mesmo sabendo que não era.
Foi
muito difícil. Mas agora foi... depois de muito tempo e incontáveis noites stalkeando você, tudo passou. Não tem
mais raiva, mágoa, arrependimento ou saudade.
Você
não me deixou nada. E não me refiro a coisas materiais. Mas levou muita coisa
de mim e uma delas eu queria muito ter de volta: a inspiração.
Aquela
inspiração que vinha através de qualquer coisa boba, que me fazia respirar de
um jeito diferente e ver amor por todos os lados. Eu sinto falta de ver o mundo
com os olhos que eu via quando você fazia morada em mim.
Dizem
que cada amor é único e o que sentiremos pela próxima pessoa, mesmo que seja
intenso, jamais será igual ao que nutríamos pela anterior. Então se isso for verdade
volto atrás e me redimo.
Sim,
você deixou algo em mim. Deixou a saudade que sempre vou sentir de quem eu era
enquanto tinha você.