“E aí, novidades?”
Tenho...
eu cansei de você!
Não
é exatamente uma novidade pra mim, mas pode ser que seja pra você... que está
acostumado a usar esse tipo de abordagem pobre, e se aprofundar tanto em
assuntos, quanto a profundidade de uma poça d´agua, a mesma, inclusive, do teu
Eu.
Pode
ser que seja uma novidade pra você, alguém ousar dizer que deu, acabou, se
encheu. Alguém que vai recusar tua cantada primária e teu belo par de olhos
essa noite.
Não
me leve a mal, mas, é que pra mim, um belo par de olhos não substitui uma bela
alma. Um beijo bom não supre a carência de palavras boas, uma boa pegada não
vale mais que um bom papo.
“Tá fazendo o que de bom?”
Tô
aqui em casa, lendo um BOM livro, sabe o que é isso? Tô aqui escrevendo... tô
ouvindo um BOM som. E não... não me diga que é um tédio, que a baladinha dos
seus amigos está melhor e que você está com PENA por eu estar sozinha.
Acredite,
que à essa altura da minha vida, eu gosto muito de estar sozinha. Eu não
preciso de uma muleta; de mil pessoas num barzinho, pra suprir a falta que eu
tenho de mim mesma, por não me ser boa companhia suficiente. Eu me dou bem
comigo.
“Tá sumida!”
Não,
não... Tô aparecidíssima! Pra quem realmente vale a minha presença...
“A gente se esbarra por aí”
Acho
um tanto difícil, honey, afinal, não
pretendo mais ir nessas baladinhas meia-boca que você adora, com adultos que se
recusam, veementemente, a crescer, que seguem agindo como adolescentes,
padecendo, coitados, da Síndrome de Peter Pan! E, duvido muito, que você
aprenda rápido, que quantidade geralmente é o oposto de qualidade. Duvido que
você comece a apreciar boa música, boa companhia, boa comida e ótimas risadas.
Então, gatinho, não vejo mesmo muita possibilidade da gente se esbarrar por aí.
Desculpa
o mal jeito. Na verdade, você não me fez nada. Talvez esse tenha sido o
problema *risos.
Eu
espero demais de gente de menos. Sabe como é?
E
eu ando sem paciência. Tô afim de sair da mesmice, da absoluta falta de
conteúdo em embalagens atraentes. Ando querendo experimentar novos sabores,
amores, temores.
Não
consigo me conformar com o ‘mais ou menos’, fingir que é normal e aceitar que
essa é a realidade da nossa –triste- geração.
Não
posso aceitar que todos os caras hoje em dia sejam iguais, se não, meu coração
não vai lutar mais; vai se entregar ao primeiro babaca que aparecer. Não quero
me sentir nesse leilão dos horrores: onde criamos ‘paixões’ pelo que responder
mais rápido as mensagens do Whatsapp e ter que me alegrar com um ‘Joinha’ e
dois tracinhos azuis de visualização.
Não
quero companhia para as minhas noites, quero companhia para a minha VIDA.
Não
quero mais andar de mãos dadas com alguém, sem as almas estarem juntas. Não
quero mais trocar beijos, sem trocar energias. Não quero dar meu corpo, sem
poder dar meu coração.
Isso
aqui é um pacote completo. E complexo, meu caro. Se você quiser levar meu corpo
ao nirvana, vai ter que levar a mente junto. Eu não sei me fracionar. Não sei
oferecer somente uma das minhas partes. Eu sou um quebra-cabeça de 10 mil
peças.
Há
de se querer muito montar.
Há
de se ter exímia paciência.
E
você... você quer, no máximo, um joystick fácil, para um vídeo game bobo onde
não se é necessário pensar, é só botar a mão.
Não
tô mais afim de seguir esse ridículo protocolo do “a semana foi super corrida, por isso não te liguei antes, mas vamos
tomar alguma coisa hoje?”, e sair, para encontrar alguém que eu sei que não
é o ALGUÉM que eu, de fato, gostaria de estar indo encontrar, fingir rir de
assuntos sem graça e ter que passar a noite toda desviando a mão de lugares
particulares do MEU corpo e ainda ter que ouvir “então você é dessas?” Quando eu disser que NÃO subirei ao apartamento
de ninguém hoje, obrigada.
No
final da noite, ao invés de um singelo “foi
um prazer ter a sua companhia e tchau”, ouvir a famosa frase, já decorada “A GENTE SE FALA!”. Eu não quero mais
falar.
Não
quero mais viver a espera; na indecisão.
O
amor não deixa margens para dúvidas, para indecisões. E, esse é o meu grande
problema, é a peça 9.999 que me falta: EU QUERO O AMOR. Eu não quero mais
rascunhos e esboços, suspiros efêmeros de um sentimento cujo qual não posso, ao
menos descrever.
Eu
não quero sair com uma pessoa a qual eu não posso sequer elogiar, porque senão
vou estar ‘sendo boba’ e ‘dando muito mole’. Eu não curto jogos. Só brincadeiras...
se é que você me entende...
Eu
não quero manter contato com um ser ao qual eu tenho que ficar o tempo todo me
lembrando e me policiando, que eu NÃO POSSO ME APEGAR.
Eu
quero me apegar! E quero me peguem.
Quero
esse amor de novela. Com TUDO que se tem direito, drama, exageros, paixão,
choro e vela.
Eu
quero sentir meu corpo pulsando; meu coração disparado de felicidade. Aquela
ansiedade boa, de esperar alguém no portão. Quero sim que me roubem o coração!
Sem pedir permissão.
Quero
alguém que me prenda a atenção. Que faça o meu corpo suar; a minha alma vibrar;
e o meu mundo estremecer.
E
isso baby, não é qualquer um que pode ser.
Então,
desculpa, se estou sendo franca demais com você, aposto que você não está
acostumado a tanta franqueza. Realmente, artigo raro hoje em dia.
Mas,
resumindo: não. Eu não quero sair com você.
Estou
muito ocupada, resguardando o meu coração, para quando o grande amor da minha
vida aparecer!
Beijos!
E
não, a gente não se vê...