Às
vezes você chora escondido por perdas que na verdade são livramentos, sem saber
que a vida te faz um favor, sem entender que aquilo não é o fim do mundo, mas sim
o início de algo melhor. Porque viver é saber recomeçar vez após outra, é
fechar uma janela para abrir uma porta enquanto enxugamos as lágrimas por algo ou
alguém que nunca as mereceu.
Albert
Einstein costumava dizer que se havia uma coisa pela qual ele tinha gratidão
era por todas aquelas pessoas que ao longo da sua vida lhe tinham dito “não”. Cada uma das frustrações sofridas
por conta daqueles que se negaram a ajudá-lo oportunamente lhe permitiu mais
tarde encontrar essa motivação com a qual aprendeu a fazer as coisas por si só.
A ser mais forte.
Ninguém
sabe o quanto eu já chorei, nem tudo o que essas lágrimas me ensinaram.
Atualmente sou o resultado de cada um desses prantos silenciosos que deixei
escapar, e não por fraqueza, mas sim por cansaço de ser forte... Há momentos em
que simplesmente não aguentamos mais. O stress emocional causado por tantas
decepções, fracassos e por cada “não”
encontrado no caminho, às vezes nos obriga a parar. É nesse momento que aparece
a sensação de impotência e de que perdemos o controle das nossas próprias
vidas.
O
primeiro passo para atingir o equilíbrio interior é o choro. Depois das
lágrimas vem a tranquilidade, e na sequência, a clareza.
É
muito provável que se você agora pudesse viajar ao seu próprio passado, sentiria
compaixão de você mesmo se vendo chorar por motivos que provavelmente nunca
valeram a pena. Todas essas lágrimas derramadas por quem nunca mereceu o seu
afeto ou por cada instante de angústia por um projeto ou sonho que nunca valeu
realmente a pena são agora lembranças permanentes. Sonhos quebrados, mas ao
mesmo tempo úteis, que dão forma aos nossos próprios ciclos vitais.
Agora,
cabe apontar que ninguém chega a este mundo ‘já sabendo’ de fábrica. As
lágrimas são como rituais de passagem que precisamos experimentar à força para
continuar crescendo, para saber ‘quem sim e quem não’, para nos colocarmos à
prova e medirmos as nossas próprias forças.
Após
a dor vem a oportunidade. É muito provável que você tenha ouvido muitas vezes
essa expressão de que “só quem já sofreu
pode entender o que é a vida de verdade”. A felicidade também ensina,
também nos oferece recursos adequados, mas a adversidade é aquele cruzamento no
caminho pelo qual a maioria de nós terá de passar alguma vez.
Eu
também já chorei por cebolas que não valiam a pena, por sonhos que o vento
levou e por doces desejos que se tornaram amargos...
Quando
nos cruzarmos com o sofrimento, quando experimentarmos a dor em qualquer das
suas formas, já não seremos os mesmos. Por isso, é preciso propiciar ‘um
sofrimento útil’, esse que nos permite aprender a ser mais hábeis, melhores
estrategistas, com mentes resilientes e pessoas capazes de ver novas
oportunidades. Porque mesmo pensando que a vida nos deu um redondo “não”, às vezes não é mais do que um “espera mais um pouco”.
Para
poder ver as oportunidades em tempos de escuridão é preciso gerar uma paz
interior apropriada. Depois de chorarmos por essa decepção, por essa ruptura ou
por esse fracasso, é preciso fazer uma mudança. Agora, um erro no qual caímos
com frequência é o de esperar que alguma coisa aconteça ao nosso redor para
então encontrarmos uma motivação, um propósito que nos permita continuar a
avançar para deixar para trás o acontecido.
Esta
não é a abordagem correta. O melhor é “nós
mesmos sermos a própria mudança”. Ao contrário de ficar esperando que venha
de fora, é preciso induzi-la a partir de dentro. Porque precisamente quando
paramos de esperar e reagimos, a própria vida muda.
No
fim das contas, são nestes momentos de dificuldade pessoal que descobrimos as
fortalezas que temos internamente e tudo o que somos capazes de fazer. Porque
mesmo que você não acredite, somos como o carvalho, que quanto mais o vento
sopra, mais forte cresce.