Eu
diria que nessa vida somos nós e nossos amores e não apenas nós, tão pouco só
nossos amores, a compor tudo que somos. Chamo de amores aqui todos aqueles que
nos são queridos e amados.
Depois
de alguns bons passos, relações fortes e duradouras nos acompanham por onde
quer que andemos. Filhos, sobrinhos, cônjuges, amigos de longa data, afilhados.
Temos nosso significado intimamente atrelado àqueles que amamos profundamente.
Sabemos
que eles são parte efetiva de nossa constituição e eles têm morada cativa em
nosso coração. Contudo, por vezes, pode acontecer de aceitarmos em nossa vida
pessoas que dizem nos amar, mas que agem diante daqueles que amamos de uma
maneira muito peculiar e tendenciosa.
Então,
desconsiderando nosso próprio bem-estar, essas novas pessoas passam a
menosprezar aqueles que são preciosos para nós.
De
repente, sem razão aparente o amor que essas novas pessoas dizem sentir por
nós, romântico ou fraternal, não é suficiente para abraçar os nossos. De repente,
esse amor pode não ser amor.
Não
estou dizendo aqui que aqueles que nos amam devem amar todos que fazem parte do
nosso círculo de amizades e parentes. Estou dizendo, de forma específica, que
aqueles que nos amam estendem seus laços de amor aos que são importantes para
nós. O amor verdadeiro é abrangente. Ele não se limita, rareia ou fica escasso
se for além.
Quem
assistiu ao belo filme biográfico ‘A Teoria de Tudo’ certamente sabe do que
estou falando. Nele o jovem cientista Stephen Hawking se casa com a estudante
de humanas Jane Wide após descobrir que tem uma doença degenerativa. Em
determinado ponto da história entra na vida do casal, além dos filhos, o
professor de música, Jonathan, com quem Jane viria a se casar no futuro.
A
relação de Jonathan com Stephen é de respeito e cordialidade. O amor de
Jonathan por Jane permite que ele ame tudo que diz respeito ao universo dela, e
isso inclui os filhos e até mesmo o marido dela.
O
amor real não é restritivo. Não é tendencioso. Não é limitante. Não age de
forma a se apropriar do outro. O amor verdadeiro aceita e naturalmente abrange
todos que são também queridos para nós.
Se
o amor que te propõem é apertado demais. Se nele você não cabe completo. Se
existem numerosas condições para que o amor exista, preste atenção, pode ser
que não seja amor.
Via: Conti Outra