Eu
sempre fui muito persistente. Mas o passar dos anos me mostrou que errei sim,
muitas vezes. Persisti em relacionamentos fracassados - amorosos ou de amizade.
Persisti em tentar mudar as pessoas. Persisti em trabalhos que jamais me dariam
nenhum retorno. Persisti em ser uma pessoa que eu não queria ser. Percebi a
minha arrogância, a minha teimosia. Percebi que, algumas vezes, eu poderia ter
sofrido a metade e ganhado o dobro. Mas não fiz.
Não
porque sempre vi a desistência como algo assim, como o Google me mostrou. Coisa
de gente fraca, indecisa. Coisa de gente que não sabe o que quer, que não tem
força de vontade. Que não pega o touro à unha. Eu não, eu era diferente. Eu
batalhava, eu fazia acontecer. Até quando o ‘acontecer’ não era para realmente
acontecer.
Então
hoje eu estou abrindo um novo precedente. Sim, eu posso desistir. Sim eu posso
recomeçar. Sim eu posso desapegar. Desapegar de velhas condutas, de
pensamentos. De sensações, de maneiras de viver. Posso me refazer a hora que eu
quiser. Não preciso ser sempre a mesma pessoa, a mesma coisa, com as mesmas
manias. Camarão que dorme a onda leva. E dormir aqui é mesmo se manter na
ignorância. Se manter achando que está certo, quando aquilo simplesmente já
passou.
Se
você está infeliz com alguma coisa, simplesmente desista. Desista do
relacionamento, desista das fantasias. Desista de ser desse ou daquele jeito.
Desapegue das pessoas, se elas não vão mudar mesmo. Ou simplesmente aceite isso
e fique em paz. Desista de ser perfeito, de manter a casa em ordem. Desista de
perder aqueles dois quilos. Desista das dietas da moda, desista das amizades
falsas. Desista de ser você. Só um pouquinho. Depois me diga o que está
sentindo. Acredito que muito, muito mais leve.
Via: Resiliência Mag