Há
um sábio e simples ditado que diz: agir ao invés de falar!
Quantos
de nós não conhecemos uma, ou várias pessoas, que falam demais? Mas mais
importante do que esta pergunta, é: quantos de nós não falamos demais? E
falamos o que não deveríamos falar? Melhor do que apontarmos o dedo para
alguém, é apontar os próprios erros para si mesmo, em primeiro lugar. Que os
erros alheios nos sirvam principalmente como reflexão e exemplo do que não
repetir. Mais vale um bom raciocínio sobre o assunto, do que falar sobre o que
erra.
Cuidado,
não apenas com o que você fala, mas com o quanto você fala!
Eu
já fui o tipo de pessoa que falava demais e sobre tudo. Com a vida, tempo e
maturidade, pude perceber com clareza a necessidade por trás dos tantos
falatórios: insegurança, falta de consciência de mim mesma, do mundo em que
vivia e da forma como a vida funcionava.
Hoje,
quando percebo alguém que fala demais, ofereço meu silêncio, bem como a minha
compaixão com o que já fui um dia. Até que se tenha consciência do quanto um
falar demais nos é prejudicial, seria maravilhoso poder contar com a generosidade
dos que já caíram em si.
Sabe
aquela pessoa no trabalho, que fala demais? Não será porque ela faz de menos? E
então falando demais, ela tenta inconscientemente compensar o menos que fez?
As
reuniões que se estendem, devido aos colegas que insistem em falar e repetir
suas próprias palavras, como se amassem o som da própria voz?
Não
será uma soberba arrogância, disfarçada de participação e falsa liderança?
E
aquele vizinho que está sempre falando dos erros das vidas dos outros? Não
teria ele uma vida tão vazia, a ponto de sentir necessidade de diminuir a vida
dos demais?
Aquele
que tanto critica a aparência dos outros, não estará tentando esconder para si
mesmo a insatisfação consigo mesmo?
Os
que falam demais, na maioria das vezes, tentam encobrir as poucas ações que
fazem. E os que falam mal ou com maldade, também tentam justificar para si
mesmos os erros que não aceitam em si próprios.
Se
eu sou alguém que falo demais ou de mal, devo estar atento para o fato de que
muitas vezes, aquilo do que falo, trata-se de mim mesma. O que mais me incomoda
no outro, pode vir a perturbar, justamente por ser um erro em mim mesma.
Se
num determinado momento da minha vida, eu me pego falando demais, devo observar
toda a situação, os envolvidos e os assuntos, para que eu mesma tenha condições
de entender, o porquê de aquilo confundir minhas emoções e a minha mente.
Nem
sempre, e na verdade, eu diria que muito pouco, estaremos rodeados de pessoas
que não irão julgar as nossas palavras e principalmente o excesso delas, além
do significado das mesmas.
A
maturidade de silenciar o meu comentário negativo e passar por cima de
comentários arrogantes ou vazios, leva tempo, demanda vida e alguns bons tapas
na cara. Até lá, vale o aprendizado, ainda que a conta-gotas. O silêncio é
ouro.
Se
em qualquer momento desejo provar algo para alguém ou a mim mesma, faço a nobre
tentativa de fazer isso através de atitudes e não de palavras.
Há
um sábio e simples ditado que diz: agir ao invés de falar!
Seja
o que sai da reunião de trabalho ou de estudo o mais silencioso e cheio de
atitudes no dia-a-dia. Assim como na escola, universidade, em casa ou na
academia.
Uma
ação é cheia de si e fala por si só, mesmo que em silêncio absoluto. E vale
mais do que milhares de palavras vazias, ainda que ditas em alto falante.
Via: Resiliência Mag