Muito
se engana quem acha que o amor segue o mesmo ritmo, a mesma teoria e os mesmos
sentimentos todos os dias, como algo imutável. Tem dias em que o amor é aquele
abraço que nos sufoca; em outros, o amor vira aperto de mão e a saudade cede
lugar para o silêncio.
Tem
dias em que o amor é jantar a dois com direito àquela música que faz o coração
da gente disparar, mas tem dias em que o amor vira pão com mortadela, sem
direito a uma tubaína para acompanhar. Há dias em que o amor é 24 horas; em
outros, nem 5 minutos. Às vezes, o amor tem cara de “quero passar o resto da minha vida com você”, mas há dias em que o
amor vira um “me dá um tempo”.
É
assim mesmo, a gente não ama todo dia da mesma forma; tem dias em que o amor é
furacão; outros, tempestade, que logo vira calmaria e nos abrigamos no abraço
do outro. O amor também é cara feia, assim como é sorrisos de criança que acabou
de ganhar um brinquedo. O amor é bonito, mas tem dias em que é feio, daqueles
que a gente não quer nem olhar, não quer nem sentir.
Tem
dias em que o amor é aquela nossa música preferida, que a gente não cansa de
dar replay; em outros, ele vira aquela melodia que enjoamos de tanto ouvir. O
amor é brigadeiro, mas também é chá de boldo; às vezes é doce demais, às vezes
é amargo.
Há
dias em que o amor é aquele sofá em que deitamos no final de um dia cansado. Há
dias em que o amor vira aquela cadeira do escritório em que não aguentamos mais
ficar. Machuca as costas, dói o pé e precisamos de um descanso.
E,
quando entendemos que o amor não é a mesma coisa todo dia, entendemos que amar
vai muito além de apenas sentir amor. É preciso saber perdoar quem nos machuca
no final de um dia cansado, é preciso saber que não querer conversar hoje não
significa desamor.
O
amor é bonito, é leve, mas há dias em que o amor vira tempestade e a única
coisa que importa é se abrigar nos braços um do outro no final de tudo. Amor
também é renúncia, é saber que, naquele momento, querer despejar palavras duras
não irá ajudar em nada e que o silêncio, talvez, seja a sua melhor resposta. E,
mesmo não amando todo dia do mesmo jeito, a gente sabe: a gente ama cada vez
mais.
Via: Conti Outra