Salário
alto, relacionamento de aparências e vaidade custam mais do que sua alma pode
pagar e, passar a vida toda querendo mantê-las, faz você perder o controle da
própria vida e entrar em uma frustração surreal.
Estamos
sempre atrasados, nunca temos tempo para o essencial e reclamamos de (quase)
tudo. A ‘grama’ do vizinho é sempre mais verde, o relacionamento da amiga mais
feliz e o trabalho do colega mais interessante.
Nessa
rotina de reclamações constantes, buscamos incessantemente duas coisas na vida:
a felicidade e a paz, sem entender, no entanto, que os dois sentimentos estão
aliados e não tem relação nenhuma com bens materiais, aparência ou
relacionamentos.
Não
adianta ler todos os livros de autoajuda disponíveis ou buscar profissionais de
todas as áreas de saúde para te aconselhar, se você não está disposto a colocar
em prática o que aprende. Entenda que, sem a prática, nenhuma teoria funciona.
A
felicidade e paz interior não são vendidas em cápsulas e não estão disponíveis
nas prateleiras das farmácias. São estados emocionais que precisam ser
desenvolvidos a partir do conhecimento da própria personalidade. François La
Rochefoucauld: “o primeiro dos bens, depois
da saúde, é a paz interior”.
Conhecer-se,
saber o que o impulsiona é tão importante quanto respirar. O que te move nesse
mundo? Quais são seus ideais? E, o mais importante: o que tem feito para
conseguir?
Querer
não é suficiente para atingir os objetivos. Você precisa conhecer as causas que
motivam seus sonhos e as condições que tem para realizá-los, do contrário, sempre
será frustrado e infeliz.
Fernando
Pessoa afirmava, em toda a sua sabedoria, que o sucesso de tudo está no agir: “Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o
que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em
ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde
estará o palácio se não o fizerem ali?”
Encontrar
felicidade na própria vida, ser grato pelas oportunidades e reconhecer a
bondade dos detalhes, faz com que a paz se acomode dentro da alma.
Paz
não é algo negociável, que você pode dar como moeda de troca ou que aceite
perder com normalidade. A paz interior vale mais do que qualquer dinheiro no
mundo. Então, caso seus sonhos estejam norteados apenas em algo consumível,
você precisa rever seus conceitos sobre felicidade. Machado de Assis dizia que “o dinheiro não traz felicidade - para quem
não sabe o que fazer com ele”. E, convenhamos, ele estava certo.
Paz
interior não é fácil de conquistar porque envolve disciplina, perdão e
generosidade. E, sim, isso são atitudes difíceis de serem praticadas. É fácil
verbalizar o perdão, quando se não foi ferido na alma. É fácil discursar sobre
generosidade, quando você nunca precisou dividir seus bens. É fácil falar de
disciplina se você desconhece os próprios limites.
Ninguém
consegue a paz sem antes passar pelo deserto. Para saber perdoar, você precisa
ser ferido. Para ser generoso, você precisa aprender a ser desprendido. E, para
ter disciplina, você precisa ser advertido por quem ama. Para Einstein “a paz é a única forma de nos sentirmos
realmente humanos”.
Nada
vale a nossa paz, nem esse relacionamento que você insiste há anos. Você pode
ter encontrado a pessoa dos seus sonhos, estar vivendo um relacionamento digno
de Oscar e ela pode ter as qualidades mais admiráveis do universo, se não
trouxer paz no coração, acredite, não é para você.
Via: Conti Outra