Nem
sempre quem não te procura, significa que não sente a tua falta. Estava aqui
pensando sobre isso e cheguei à conclusão de que eu já quis ficar com alguém,
já senti falta desse alguém mas preferi não procurar pelo simples fato de não
saber se ele me queria ali, por não enxergar motivos pra ficar, por não ter
certeza de absolutamente nada. Às vezes, por mais que a gente sinta saudade e
tenha vontade de estar com aquela pessoa, se não existe reciprocidade, não vale
a pena insistir, não vale a pena procurar.
Às
vezes as pessoas só estão com medo de demonstrar, sabe? Medo de mandar uma
mensagem e ser ignorado. Medo de deixar o orgulho e a vaidade de lado pra
dizer: “tô com saudade” e no final
das contas a saudade não ser recíproca. Às vezes é só medo. Medo de ligar e ser
rejeitado, de falar e não ter a certeza se vai fazer alguma diferença pro
outro.
Eu
já senti saudade de alguém em um nível tão absurdo que não conseguia fazer as
minhas coisas direito, não conseguia focar nos estudos, em meus projetos ou
seguir a minha vida tranquilamente porque vez ou outra a saudade batia na porta
e doía sabe? Mas ainda assim, eu não procurei a pessoa. Não procurei porque eu
sabia que ela estava bem sem mim, porque eu tinha certeza de que a minha
ausência não estava doendo tanto nela quanto a ausência dela doía em mim.
Eu
já senti falta de alguém que eu gostava pra caramba, de alguém que eu queria
muito que ficasse na minha vida, sabe? Mas entendi que querer desbravar o mundo
com alguém às vezes não é o suficiente se o outro não está no mesmo barco que
você, muito menos disposto a entrar na tua viagem.
Eu
já perdi o sono por alguém que eu queria muito que estivesse comigo, já tive
vontade de deixar o orgulho de lado, mandar uma mensagem ou ligar pra dizer: “preciso te ver”, mas por perceber que,
talvez, dizer o que eu sentia não significasse nada para o outro, eu me calei.
Eu
já fui aquela pessoa que abria o chat, escrevia, escrevia, mas não tinha
coragem de enviar nada. Já fui aquela pessoa que visitava o perfil do outro só
pra ver se tinha algum sinal de que ele estivesse em outra pra tentar de alguma
forma diminuir a saudade. Já fui aquela pessoa que ficava ensaiando o que dizer
se encontrasse o outro por aí. Que, muitas vezes, teve que controlar a
ansiedade pra não procurar alguém que tinha fugido de mim, pra não correr atrás
de alguém que não merecia.
Já
fui aquela pessoa que pensou em gritar pro mundo todo ouvir que eu sentia
falta, mas tive que escolher engolir a saudade no seco e entender que saudade
quando não é recíproca a gente simplesmente finge que não sente, um dia a gente
se acostuma e ela vai embora.
Às
vezes o outro não procura porque está esperando você procurar primeiro. É
infantil eu sei. Mas pensa no medo que dá correr atrás de alguém que não dá a
mínima por você? Às vezes as pessoas sentem uma falta do caralho, mas não
procuram porque sabem que procurar, talvez, não faça diferença alguma. Talvez o
outro nem se importe.
Eu
já senti falta de alguém, mas não procurei, me virei pra organizar sozinho toda
a confusão que a saudade causava. Chorava, mas não procurava, porque um dia eu
disse pra alguém: “tô com saudade de você”
e vi esse alguém visualizar e nunca mais responder.