“Insistir
em certas pessoas é desistir de si.”
Matheus
Jacob
Um
dos maiores perigos que nossos sentimentos correm, quando nos relacionamos com
alguém, vem a ser a possibilidade de os fragilizarmos, por conta de nossas
próprias fraquezas e inseguranças. Não é difícil lidarmos com o que sentimos
quando amamos alguém, ainda mais quando o outro não se entrega, não se mostra
inteiro, nem pronto para estar ali junto.
Quando
somos intensos e verdadeiros, quando apostamos todas as fichas e nos entregamos
de corpo e alma a alguém, esperamos nada menos do que retorno na mesma medida.
Embora cada pessoa aja conforme o que tiver para dar, a gente sempre acaba
desejando que ajam como nós, porque parece que não conseguimos nos
conscientizar de que nem todo mundo tem o mesmo coração que o nosso.
Criamos
expectativas em relação a tudo e a todos, o que não é de todo ruim, uma vez que
são as esperanças que nos motivam a não desistir daquilo que faz o nosso íntimo
vibrar. Porém, quando esperamos demais, além da conta, achando que o outro
mudará, que seremos valorizados e receberemos gratidão por tudo o que somos e
fazemos, mesmo quando a realidade à nossa frente nos grite que ali nada
florescerá, a gente acaba desistindo aos poucos da felicidade.
Depositar
todos os nossos anseios e sonhos no outro, fazendo com que nossa felicidade se
encontre fora de nós, tornando o que somos dependente do que o outro é,
insistindo no que já acabou – ou nem começou direito -, acabará por nos
distanciar de nossas próprias vidas. Quanto mais se insiste em pessoas e em
coisas vazias de retorno, menos a gente se ama, menos a gente rega o amor-próprio,
mais e mais desistimos de nós mesmos.
É
muito penoso lidar com a rejeição, com a ausência, com o vazio de quem
permanece ao nosso lado por comodismo, por conveniência, desviando o olhar a
todo momento. E a gente acaba, muitas vezes, tentando lutar por algo que já nem
existe mais, inutilmente, esgotando forças que deveriam ser canalizadas ao
fortalecimento do nosso amor próprio. Portanto, há que se ter sabedoria
suficiente para largar mão de tudo o que não mais procura pelas nossas mãos.
Afinal, desistir, nesses casos, equivalerá à nossa própria salvação.