O
pior do fim de um relacionamento não é ausência do parceiro. É o fim do “para sempre” dito no calor da emoção
que assusta. É desistir de sonhos e planos feitos com a outra pessoa. É o medo
da obrigação de seguir em frente carregando as lembranças do passado.
A
todo tempo estamos tomando decisões. Decidimos nosso almoço, nossos cursos,
nosso carro, nossa roupa e, sim, nossos amores. O problema é que o coração não
obedece à razão e o conflito sentimental começa a partir daí.
Somos
acostumados a viver um amor verbalizado: preferimos ouvir um “eu te amo” do que alguém que demonstre
isso. Preferimos um “sou fiel” do que
alguém que que deixe o celular desbloqueado. E, para piorar a situação, a
filosofia romântica diz para aceitarmos tudo por amor, esquecendo que somos
humanos e temos nossos limites (que, diga-se de passagem, são bem curtos).
Quando
um amor acaba dentro de nós, nem sempre conseguimos perceber, pois o comodismo
o encobre. Procuramos justificativas que nos façam permanecer naquele
relacionamento vazio, sem perceber que estamos emocionalmente exaustos e com a
sensação de que não dá mais.
Como
toda separação vem acompanhada de dor, as pessoas insistem de todas as formas
tentar preservar a relação que já chegou ao fim. Insistem, viajam, fazem
jantares maravilhosos, declarações, mas esquecem do mais importante: o amor já
acabou.
Às
vezes, o amor acabou sem motivo, sem culpa de ninguém. Talvez a relação tenha
passado do estágio de euforia para o de amizade, outras a relação passou a ser
conduzida por sentimentos excessivos: insegurança, ciúme, medo, ou talvez,
acabou porque ambos projetaram no outro a responsabilidade em serem felizes.
Não importa. O que importa é como será daqui em diante.
Enquanto
na vida cotidiana tomar decisões parece simples, na sentimental parece que
travamos e ficamos em estado de inércia. Talvez porque decisões implicam
renúncias e nem todos têm maturidade para abrir mão do que vivem.
Marla
de Queiroz dizia que “não é a vida que
dificulta as coisas, são as pessoas que têm muito medo de mudar para arriscar
uma felicidade que não é garantida. Todo mundo tem um trauma, um medo, algo que
paralise, mas transformar isso em espaço para crescer, pouca gente faz”.
O
pior do fim de um relacionamento não é ausência do parceiro. É o fim do “para sempre” dito no calor da emoção
que assusta. É desistir de sonhos e planos feitos com a outra pessoa. É o medo
da obrigação de seguir em frente carregando as lembranças do passado.
Como
dizia Rubem Alves: “Toda separação é
triste. Ela guarda memória de tempos felizes (ou de tempos que poderiam ter
sido felizes...) e nela mora a saudade”.
Francamente,
é preciso focar na felicidade e caminhar. Nenhuma dor é permanente. Nem a sua!
Então, permita-se desistir e, simplesmente, siga em frente. O que acabou foi
esse relacionamento e não seu sonho de ser feliz.
Via: Obvious