Quem
ama cuida. Não gruda. Grudar incomoda, aporrinha, atrapalha, estraga, prende.
Amar são outras palavras. Quem ama acompanha, ajuda, contribui, favorece,
liberta!
Está
impresso em qualquer rótulo: cola boa é a que não descola mais. Grudou uma vez,
adeus. Tente descolar e o estrago é certo. O dano é garantido. Descolar arranca
a pele, maltrata, machuca. Funciona bem na depilação com cera quente e só.
Cá
entre nós, por que misturar amor com essas coisas? Amar aproxima as pessoas,
não as cola umas contra as outras para sempre. Ninguém precisa grudar em quem
ama qual chiclete no cabelo para se fazer presente. O que gruda embaraça,
paralisa, amarra. Machuca. Quem ama não precisa disso.
O
amor é o que nos torna livres dos sentimentos rasteiros e das picuinhas, do
ódio gratuito, da vingança e da inveja que nos amarra os braços e nos embaça os
olhos. Amar é um voo livre. Não combina com asas grudadas e movimentos
limitados. É um salto de paraquedas. Ou você puxa a corda na hora certa ou se
espatifa lá embaixo.
Gente
amorosa deixa a pessoa amada ser quem ela é e também é livre para ser o que
quiser. Ama seu trabalho, sua vida, sua família e todos os seus sonhos tanto
quanto ama o outro e tudo o que ele conquiste.
Quem
ama cuida. Não gruda. Compreende e não julga. Incentiva, não inibe. Liberta e
não prende.
Assim,
livres, seguimos ligados porque nos parecemos e nos queremos como somos. Unidos
num abraço de três horas ou na distância de quem vive em cidades diferentes.
Dançando de rosto colado ou aplaudindo de longe quem bem merece nossa
admiração, nosso respeito e nosso amor. Libertos, amantes, amados, juntos.
Via: Resiliência Mag