E,
assim, exaurimos nossas energias, canalizando nossas forças em direção ao que
nem nos pertence mais, iludidos pelo apego que nos prende a muito do que já
terminou e deveria estar enterrado.
Não
é de hoje que perdemos tempos preciosos junto a pessoas vazias e a situações
dispensáveis, uma vez que costumamos tentar forçar, muitas vezes, algo que já
espanou, que já foi, já era. E, assim, exaurimos nossas energias, canalizando
nossas forças em direção ao que nem nos pertence mais, iludidos pelo apego que nos
prende a muito do que já terminou e deveria estar enterrado.
Por
essa razão é que vamos mantendo por perto certas amizades que não nos trazem
nem acrescentam nada de bom, aqueles amigos que mal se lembram de nós, que não
nos cumprimentam mais em nosso aniversário, que nem devem manter nosso contato
em sua agenda. Focamos o passado bom que tivemos com essas pessoas,
esquecendo-nos de manter esse passado exatamente em seu lugar: lá atrás.
Por
isso é que chegamos a nos humilhar repetidas vezes, tentando nos explicar a
quem se magoou ou entendeu mal nossas palavras e/ou atitudes, implorando que as
pessoas parem de ficar bravas conosco. E, mesmo quando temos a certeza de que
foi o outro que entendeu tudo errado, não conseguimos lidar com a ideia de ter
alguém magoado conosco e tomamos para nós um problema que nem é nosso, mas sim
de quem interpretou como bem quis, muitas vezes com más intenções.
É
assim que ninguém consegue entender o porquê de nos demorarmos junto a um
parceiro que só nos traz sofrimento e lágrimas, e isso quando se lembra de
olhar para o nosso lado. É assim que engolimos por meses, anos, por uma vida
toda, palavras ásperas, mãos pesadas, comportamento canalha, desprezo, gelo,
eco vazio, forçando um relacionamento fadado ao fracasso, selado, manchado,
doloroso.
É
preciso olhar-se mais, demorar-se mais em si mesmo, escutar as próprias
palavras, as atitudes tomadas, fortalecendo, assim, a certeza de que tudo o que
ofertamos não deve receber de volta mínimos, nem contrários, tampouco esmolas.
O que somos é íntegro, é completo, é nosso bem mais precioso, e nada de fora
poderá violar nossa essência, diminuindo-a, achatando-a, agredindo-a,
fazendo-nos acreditar que merecemos menos.
Quem
se ama o suficiente jamais se deixará machucar por conta de situações que não
mais voltarão ou por pessoas que não deverão retornar nunca mais. Se quebrou de
vez, então não tem mais conserto. Desse jeitinho.