Eu
procuro por mim.
Eu
procuro por tudo que é meu e que em mim se esconde.
Eu
procuro por um saber que ainda não sei, mais que de alguma forma já sabe em
mim.
Eu
sou assim...
Processo
constante de vir a ser.
O
que sou e ainda serei são verbos que se conjugam sob a áurea de um mistério
fascinante.
Eu
me recebo de Deus e a Ele me devolvo.
Movimento
que não termina porque terminar é o mesmo que deixar de ser.
Eu
sou o que sou na medida em que me permito ser.
E
quando não sou é porque o ser eu ainda não soube escolher.
O
amor talvez seja isso. Encontro de partes que se complementam, porque se
respeitam. E, no ato de se respeitarem ampliam o mundo um do outro. O
recém-chegado não tem o direito de reduzir o mundo de quem se deixou encontrar.
O amor não diminui, se multiplica.
Sempre
que alguém chega em nossa vida nunca vem sozinho.
Ele
traz o seu horizonte de sentido. Pessoas, coisas, valores, ideias. Traz o alicerce
que o faz ser o que é.
Não
é tão simples saber se o outro nos ama ou não, mas há uma pergunta que podemos
nos fazer e que contribuiria para que aproximássemos de uma resposta. Depois
que ele chegou, a nossa vida, nosso mundo diminuiu ou dilatou-se?
(Trechos
do livro QUEM ME ROUBOU DE MIM)
Padre
Fábio de Melo