Com
o tempo a gente aprende que o valor de uma pessoa está muito além das camadas
de roupas que ela usa ou dos quilos de maquiagem que ela abusa. Que não é
possível medir sua generosidade, bondade e amizade apenas observando o clube
que ela frequenta ou o sapato que ela ostenta. Que jamais poderemos calcular
seu caráter observando apenas seu cabelo engomado ou seu closet lotado.
É
preciso não buscar na aparência aquilo que só uma alma nobre pode oferecer. Não
buscar no charme de um olhar aquilo que só um coração livre de rancor pode dar.
Não procurar no número de likes do
Facebook aquilo que só um bom caráter pode proporcionar.
Com
o tempo a gente também aprende que algumas dores podem ser escancaradas numa
boa, enquanto outras não; que nem toda tristeza tem permissão de ser exibida; e
que nem todo sorriso encerra uma alma feliz.
Descobrimos
então que a fachada de uma pessoa abriga muitas outras coisas além daquelas que
poderíamos supor; que ao nos depararmos com um sorriso, nem sempre estamos
diante de uma alegria verdadeira; e que a beleza não é requisito para julgarmos
a nobreza ou o caráter de alguém.
A
frase do título é da atriz e cantora Taylor Momsen. Me deparei com ela na
internet e imediatamente me identifiquei. Porque a gente tem mania de julgar
demais. Avaliamos o livro pela capa, o shampoo pelo frasco, o jeans pelo preço
da etiqueta, o crush pela popularidade. E esquecemos que caráter e conteúdo não
vêm com rótulos. Ao contrário, é preciso ultrapassar a barreira da aparência se
quisermos conhecer a essência.
É
claro que uma embalagem bonita atrai olhares. Mas depois que o presente é
aberto, e o papel amassado é deixado de lado, resta somente aquilo com que
teremos de lidar de fato. E popularidade, moedas no cofrinho ou vestido novinho
não significam nada quando se trata de caráter e bondade.
É
preciso romper a barreira da aparência. Desvendar o que há por trás do sorriso
constante ou da vestimenta arrogante. Descobrir que de uma aparência inadequada
podem surgir grandes surpresas, e que um sorriso doce pode esconder algumas
tristezas.
Ouse
acreditar que há o que ser descoberto por trás das cortinas da aparência.
Talvez seja hora de aceitar aquele convite para um chopp com o mocinho
desengonçado do trabalho, ou parar de sonhar acordada com o viciado em selfies
da faculdade. Nem tudo é o que parece ser, e a gente tem que aprender a olhar
nos olhos e acreditar que, mesmo que faltem argumentos, o essencial mora no
lado de dentro...