É...
Vida que segue... Não adianta chorar sobre o leite derramado, nem ficar preso
aos porquês que fizeram ele se derramar. Entornou, é um fato. Não tem como
mudar isso. Fez uma lambança e tanto. Agora está na hora de arregaçar as
mangas, limpar a sujeira e prestar mais atenção para não acontecer de novo.
Mas, já parou para pensar que, talvez, tenha sido melhor ele ter entornado do
que estar azedo na hora de tomar?!
Sim,
muitas vezes, fazemos questão de manter em nossa vida coisas que já venceram o
prazo de validade, que já deram o que tinham de dar. Algumas até dão para
aproveitar, fazer uma reciclagem, passar por uma renovação e voltar a fazer
sentido para nós, mas há outras que não tem jeito. Quantas amizades já
azedaram, perderam o sentido, no sentido de não sentirem mais o que sentiam?!
Quantos relacionamentos deixaram de exalar o perfume do amor e se tornaram
tóxicos a ponto dos envolvidos se sentirem sufocados ao invés de amados?! E,
como na maioria dos casos, nem sempre a culpa disso tudo é do outro, mas há uma
grande parcela na nossa conta, pois certas coisas acontecem, simplesmente,
porque nós permitimos que elas aconteçam.
O
leite não azeda de uma hora para outra, para que isso aconteça é necessário que
ele fique fora da temperatura de refrigeração e exposto ao ataque de
microrganismos. E, da mesma forma, as coisas não dão errado de repente na nossa
vida. Às vezes, nós ficamos relaxados e esquecemos de tomar os cuidados
necessários para não deixar as coisas azedarem para o nosso lado. No caso de
relacionamentos, por exemplo, independente se é amizade ou de cunho amoroso,
precisa de cuidados e atenção, senão azeda também e o que era para nos fazer bem
acaba nos causando mal-estar.
Porém,
não adianta somente uma das partes se preocupar e trabalhar para manter tudo
saudável, pois, assim como uma gota de leite azedo consegue estragar muitos
litros sozinha, se numa relação uma das partes não colaborar, voltamos ao
denominador comum que no final azeda. Que possamos ser mais dispostos a
cuidarmos de nós e dos nossos relacionamentos e que saibamos a hora certa de
tirarmos certas coisas da nossa vida para não chorarmos futuramente sobre o
leite derramado ou ter de engoli-lo azedo. E, se isso acontecer, faça uma
coalhada. Aquilo que não mata, ensina...