Todos
necessitamos de um companheiro para partilhar tudo o que temos dentro de nós e
transborda, para receber em troca verdades que venham ao encontro de nossos
sonhos e desejos. Sempre foi assim e assim o será, não se foge a isso. No
entanto, a ânsia por encontrar esse amor jamais poderá ser maior do que o nosso
amor-próprio, do que as convicções que nos constituem e constituem nossa
humanidade, nosso respirar.
Crescemos
embalados pelos contos de fadas, por filmes e romances que idealizam um mundo
onde os romances idílicos permeiam todo e qualquer enredo, passando-nos a
mensagem de que necessitaremos encontrar o amor de nossas vidas, caso queiramos
ser felizes para sempre. Não que essa procura seja inútil, mas tornar a
presença de um companheiro como condição imprescindível à nossa felicidade pode
acabar nos levando ao distanciamento do que nos preenche a essência, para que
aceitemos menos do que merecemos ao nosso lado.
Todos
queremos encontrar nossa cara-metade, alguém que esteja ao nosso lado, de
braços abertos, ao final do dia, ajudando-nos a recobrarmos as forças para os
amanheceres vindouros. Todos necessitamos de um companheiro para partilhar tudo
o que temos dentro de nós e transborda, para receber em troca verdades que venham
ao encontro de nossos sonhos e desejos. Sempre foi assim e assim o será, não se
foge a isso.
No
entanto, a ânsia por encontrar esse amor jamais poderá ser maior do que o nosso
amor-próprio, do que as convicções que nos constituem e constituem nossa humanidade,
nosso respirar. Lançarmo-nos ao encontro de uma união desigual, sem
contrapartida, sem retorno de toques ou de sentimentos, desconstruirá as bases
que sustentam as verdades que nos consolidam o caminhar seguro e tranquilo.
Aceitarmos que a escuridão alheia nos ofusque o brilho que temos e ansiamos por
irradiar, nos afastará de qualquer possibilidade de sermos felizes.
Antes
de tudo, é necessário que solidifiquemos os propósitos que alimentam as nossas
esperanças, para que não nos sujeitemos a abrir mão do nosso viver, em favor de
uma companhia aviltante, mesquinha, indigna de nossa grandeza. Precisamos nos
amar, praticar o bem-me-quero, fortalecendo nossas certezas contra os quereres
alheios que não nos somam, não nos agregam, não nos amam verdadeiramente.
Estar
sozinho muitas vezes não significa solidão, tampouco tristeza ou incompletude.
Podemos muito bem nos sentir felizes e realizados na companhia de ninguém mais
do que nós mesmos. Amadurecer nossos sentimentos enquanto caminhamos
desacompanhados nos fortalecerá, trazendo-nos a segurança necessária para que
deixemos a pessoa certa entrar em nossas vidas. Caso não estejamos lúcidos e
seguros o bastante, estaremos sujeitos a dar as mãos ao vazio, à violência e ao
egoísmo alheios. Caso não estejamos vivendo em sintonia com o que nossa alma
pede, qualquer um será capaz de adentrar nocivamente nossas fraquezas,
destituindo-nos da regência de nossas próprias vidas.
A
busca por uma companhia de vida estará sempre presente em nossos planos,
fazendo parte dos sonhos que impulsionam nossa jornada. Porém, priorizarmos os
relacionamentos, em detrimento de nosso bem-estar e de nossa dignidade, somente
nos trará dor e decepção. Aproveitemos os tempos em que estamos desacompanhados
para firmar em nós tudo aquilo que queremos e não queremos em nossas vidas.
Somente assim saberemos aproveitar cada momento que integra a nossa caminhada,
seja com ou sem alguém do nosso lado. Porque, assim, estaremos felizes e
completos, ainda que sós, mas jamais mal acompanhados.
Via: O Segredo