Toda
mulher teve um homem que preferiu não ficar, foi comprar cigarros e resolveu
nunca mais ligar, toda mulher entende que isso é mérito de toda mulher.
Toda
mulher se iguala a bons livros na hora de contar histórias que viveu. Toda
mulher acredita ter vivido algo único e fora do normal pelo menos uma vez na
vida. O que toda mulher não sabe, é que toda mulher teve um homem na vida que
esqueceu de voltar.
Inspirada
na poesia de Martha Medeiros, toda mulher se identifica com as voltas e
bagunças que a vida dá, afinal... Toda mulher tem um homem que a deixou por
outra, por pura brincadeira, inconsequência ou apenas por se achar melhor
trocando seis por meia dúzia.
Toda
mulher que se preze, teve um homem que nem mesmo a notou, ela passou, sambou,
piscou, mas nada, nadinha na vida daquele cara mudou. Ela esquece que não pode
agradar a todos, mas é toda-toda querendo agradar um tudo. Toda mulher teve um
homem que a deixou por um ideal, um concurso, um lado profissional, umas provas
a mais para estudar, por um jeito diferente de pensar que não incluía
Shakespeare.
Toda
mulher teve um homem que não passou de dois drinks, não ousou nem pedir o
terceiro, afinal os dois primeiros já foram longos demais para sua ansiedade de
conversar com alguém que valia menos que uma vodka barata. Dois drinks que ela
mesmo pagou em dinheiro para não ter a triste lembrança daquela noite em sua
fatura do cartão de crédito.
Toda
mulher teve um homem que saiu para jogar, inventou mentiras esdrúxulas, disse
que o churrasco estava incrível e que precisou ficar até de madrugada. E toda
mulher sabe que a felicidade do relacionamento depende do bom jogo de futebol
do homem, que ele vai toda quinta-feira, mas toda mulher também sabe que nenhum
jogo de futebol tem espeto corrido até altas horas.
Toda
mulher teve um homem que prometeu um brilhante, um casamento, um amor para vida
inteira e viagens à Patagônia. 99% das vezes ela não ganhava o brilhante, mas
se contentava com café na cama e bilhetinho no box do banheiro, que 99% das
vezes também não ganhava.
Toda
mulher teve um encontro malsucedido, um final de semana perdido, um amor não
correspondido e um dedo da mão apelidado de metido. Toda mulher teve um homem
que esqueceu de voltar, que foi comprar cigarros e preferiu nunca mais ligar. É
dessas idas e vindas que toda mulher tem como palavra preferida o verbo ficar.
Via: Obvious