Gosto
de saber que sou uma pessoa única e aprecio ser quem sou; aprendi a conviver
comigo e com minhas particularidades. Passei anos tentando descobrir quem não
queria ser, assimilei o que pude e hoje atesto a sabedoria adquirida. Agora tenho meus trunfos e predicados. Mas
não espero ser autossuficiente, porque gosto de poder contar com as outras
pessoas. Elas me enriquecem. Sem essa de
inveja!
Eu
quero me acrescentar com as diferenças. Se sabem mais que eu, ou sabem coisas
diferentes de mim, isso é ótimo! Se são mais corajosas ou mais persistentes,
excelente! É disso que eu preciso. Aprender com quem tem mais a oferecer é um
bálsamo para meus dias. E não costumo cobiçar as vidas alheias, não quero ser
quem elas são. Quero ser eu mesma e me enriquecer com as minúcias das outras
vidas.
Para
quem tem menos a me oferecer, com suas vidas acanhadas e ainda pouco exuberantes,
ofereço o que aprendi. Sei que também posso acrescentar, pois tenho atrativos
que foram forjados pelo cotidiano.
Descobri
que é assim que se constrói uma vida interessante: sabendo lidar com a
diversidade, aprendendo com os erros e admirando a sensatez.
Sou
pessoa no singular. Ninguém sabe ser eu e não sei ser ninguém. Não nascemos
para ser iguais. Nascemos para construir caminhos que pertençam a um só e
cruza-los com outros que foram construídos longe dos nossos. Essa é a graça da
vida.
Sei
me valorizar. Sei que sou importante, sendo quem eu sou. Por isso não publico
nem compartilho maus sentimentos, não exponho meus defeitos nem frustrações.
Porque não são o que sou na essência, nem demonstram o que sinto de verdade.
Sinto
mesmo é uma vontade absurda de viver tranquila, do meu jeito, sem ferir nem
provocar ninguém. Sinto uma necessidade imensa de me aproximar das pessoas, de
saber suas histórias e mistura-las às minhas. Porque juntos somos mais
instigantes.
Meu
destino não é ser ilha, isolada em meus sentimentos. Quero estar cercada de
pessoas por todos os lados. Esse é o segredo das existências inspiradoras.
Nasci
para ser assim, do jeito que eu achar melhor. Você também! Isto é o que nos
torna tão únicos e tão interessantes.
Alessandra
Piassarollo