É
muito difícil enfrentar as decepções que temos em relação às pessoas que
amamos, uma vez que costumamos depositar nelas nossa confiança, compartilhando
com elas o nosso melhor e o nosso pior, na esperança de que nos retornarão nada
menos do que verdade e transparência. E assim, muitas vezes acabamos nos
frustrando, pois nem sempre nossas expectativas são correspondidas.
Talvez
nosso erro maior esteja no fato de inocentemente acharmos que os outros agirão
como nós, como se o coração das pessoas fosse igual ao nosso. Com isso,
aumentamos a probabilidade de receber delas o que menos esperávamos,
sentindo-nos traídos e desvalorizados. Da mesma forma, o outro também espera de
nós muito do que não estamos dispostos a oferecer, ou seja, acabamos, muitas
vezes, machucando aqueles que nos amam.
É
preciso que nos conscientizemos de que, ao nos relacionarmos com alguém,
necessitaremos sair um pouco de nós mesmos, para enxergar o outro, no sentido
de que ninguém é o centro do mundo e devemos, sim, abrir concessões por quem
amamos. E, na mesma medida, ao outro também estabeleceremos os nossos limites,
para que ambos nos ajustemos harmonicamente, de maneira saudável.
Não
podemos aceitar tudo o que vier e de qualquer maneira, em nome do amor,
relegando nossos sentimentos a um segundo plano. Tampouco poderemos agir como
quisermos, sem pensar em quem caminha ao nosso lado, pois ninguém é isolado do
todo. Por isso, é necessário que estejamos atentos ao outro, sem perdê-lo de
vista, pois assim percebemos os momentos em que magoamos os sentimentos alheios,
para tentarmos nos desculpar.
De
nada adiantará, que fique claro, pedirmos desculpas, darmos presentes,
enviarmos mensagens, prometermos com veemência que nunca mais aquilo se
repetirá, caso continuemos agindo da mesma forma e voltando aos mesmos erros,
ali no dia seguinte. Quem se arrepende de verdade passa a agir de forma
diferente, pois assume o erro e não deseja mais ferir a quem magoou. Isso é
demonstração de que realmente nos importamos.
Muitos
não abrem mão de nada, não refletem sobre suas atitudes, não repensam a própria
vida, pois se encontram tão perdidos dentro de si mesmos, iludidos pela
comodidade de seu egoísmo, que se tornam incapazes de compartilhar, de viver o
que é mútuo. Não perdoam, nem se perdoam. Esses jamais terão a oportunidade de
receber o perdão de ninguém, pois se acham perfeitos. Esses não merecem o nosso
amor, as nossas verdades, as nossas mudanças em favor de vidas que se trocam e
se tocam com intensidade.
Via: O Segredo