Faltam
poucas semanas para que 2016 termine.
Talvez não há mais tempo de fazer algo realmente importante. Tampouco
tudo aquilo que você prometeu que faria neste ano – e não pode cumprir, mas há
tempo para fazer estas coisas super maneiras e entrar 2017 com novas
perspectivas altruístas, empáticas e grande valia ao cultivo do amor
próprio. Confira as 10 coisas bacanas
que você pode sim, fazer ainda nas próximas semanas. A autora desta lista,
vivenciou todas elas e conta a sua experiência em breves relatos.
1.
Visitar os avós (se não os tem, visite um abrigo de idosos, leve jujubas diet e
bonecas de pano)
Eu
tenho uma avó e ela está com 95 anos. Ela é o ser humano mais completo que
conheço. Ativa – costura roupas para doar aos carentes, sempre grata a Deus por
tudo e já se casou 6 vezes. Ela é alegre e braba também. Sempre que preciso de
uns puxões de orelha por achar que minha vida está pesada demais, vou visitá-la
e ela me dá umas boas broncas. Fico boa logo. Como não? Desta vez, levei
jujubas diet e uma boneca de pano que ela nomeou de Maria Rita em homenagem ao
rei Roberto Carlos. Ela ficou tão feliz com a boneca que eu achei que fizera
uma coisa muito legal. Sai de lá, feliz.
2.
Fazer (com testemunhas) um tipo de loucura que quem lhe conhece jamais imaginaria
que você fosse capaz
Fui
com as minhas irmãs jogar sinuca num boteco de uma cidadezinha do interior.
Minha mãe pagou a conta e a gente fez uma bagunça no local. Quatros loucas
citadinas com diplomas de nível superior dando gargalhadas, errando todas as
tacadas e dançando o tema de Titanic. Foi uma noite inesquecível. Não para
minha mãe que pagou a conta, mas a gente se divertiu como nunca. Saí de lá,
renovada.
3.
Assistir três filmes idiotas com gente que sabe rir de coisas idiotas
Assisti
com minha filha numa tarde só: ‘Cada um tem a gêmea que merece’; ‘Debi &
Lóide’ e ‘Tudo para ficar com ele’. Acreditem, assistir a filmes idiotas vale
por um mês de terapia. Cada gargalhada espontânea que você dá é uma dose de
serotonina no cérebro. Saí de lá, leve.
4.
Visitar uma floricultura, conversar com a vendedora sobre as flores e não
comprar nenhuma
Comecei
a fazer uma nova meditação antes de dormir: 20 exercícios de respiração e
depois uma prece assistida pelo espiritualista Bruno J. Gimenes. Ele orienta
que devemos ter o contato com a natureza por alguns minutos pelo menos uma vez
por semana. E é aí que entra a floricultura: quando não se tem acesso a parques
e campos, a gente vai numa floricultura mesmo.
Fui e gostei bastante da experiência. Difícil foi sair de lá sem comprar
coisa alguma, mas o desapego faz parte do tratamento de cura interior. Então,
sem compras naquele dia. Saí de lá, revivida.
5.
Ir a um restaurante e brincar com todos: desde o recepcionista, o garçom e as
pessoas da mesa ao lado
A
dor existe e é inevitável. Acontece pra amaciar a face – isso quando se
compreende ser apenas mais um dentre tantos. Mas se a dor enrijece as faces, é
sofrimento por vitimar-se no monopólio da desgraça. O sofrimento na dor é
perfeitamente evitável: e não adianta trocar os sapatos na crença de que outros
lhe serão mais confortáveis – creia – o sofrimento não vem dos sapatos, mas da
importância que se dá aos calos. Essa dor que enrijece as faces e nos
transforma em seres empedernidos e mal-educados com os demais é um direito que
não devemos fazer o uso. Então, eu faço deste tópico um ritual auto imposto. E
sempre que vou a qualquer lugar, desde a padaria ao estádio de futebol, brinco
e sorrio com e para os atendentes. Quem ganha com isso? Sempre eu. Saio de lá, contente.
6.
Chamar os seus três melhores amigos para saírem às ruas com uma placa: preciso de
um abraço
Fizemos
isso num parque de diversões em minha cidade. As reações das pessoas são
incríveis e emocionantes. Elas se entregam num abraço. Um abraço tem o poder de
descongelar um iceberg. As pessoas precisam ser abraçadas e quem lhes abraça
precisa mais ainda. O abraço é uma força indelével contra a melancolia. Saí de
lá, transformada.
7.
Doar sangue ou medula óssea
É
preciso doar risos e sangue. Doar risos e sangue é doar vida e energia. Eu sou
doadora de sangue e de riso porque solidariedade não é doar o que te sobra, mas
o que também te faz falta. Saio de lá, viva.
8.
Sentar-se com uma criança de 5 a 9 anos e pedir-lhe um conselho sobre algo que
você considera muito difícil de resolver
Dostoiévski
em Crime e Castigo, diz que a alma se cura ao lado de uma criança e que não há
melhores conselheiras do que elas. Além de que são ótimas guardadoras de
segredos. Eu tenho um neto de cinco anos e a minha conversa foi com ele.
Perguntei-lhe sobre o que ele faria se fosse eu que haveria de decidir se pedia
ao juiz que ele viesse morar comigo. Então ele me disse: “eu perguntaria para ao juiz se você pode ir morar comigo e a minha mãe”. Saí dessa conversa, lúcida.
9.
Visitar o túmulo de ente querido
Independente
de credo religioso ou superstição, faz-se necessário. Acredite, é libertador
sentar-se ao lado da sepultura e dizer tudo que sente como se a pessoa pudesse
lhe ouvir. Chorar, segurar um punhado de terra, tocar as pétalas das rosas e
depois narrar algumas cenas engraçadas vividas por você e o ente. Fui visitar a
sepultura do meu filho dois anos depois de sua ‘auto morte’. Depois de chorar
imenso passei alguns minutos rindo de suas travessuras infantes e juvenis. Saí
de lá, em paz.
10.
Se confessar
Eu
não sou adepta a nenhuma religião. Sou estudiosa da espiritualidade e gosto das
meditações sob o som de Chopin. Mas considerei o convite de um amigo à
confissão, bastante interessante. Não em um confessionário tradicional, mas com
uma autoridade religiosa disposta a ouvir seus lamentos culposos só pela razão
de ser aquele que sabe ouvir sem julgar.
Foi muito gratificante poder falar de modo aberto sobre meus erros,
vergonhas, medos, culpas... com aquele estranho que eu jamais voltarei a ver.
Um abraço, um Deus te abençoe e vai e não peques mais. Simples demais? De jeito nenhum. O quanto de
verdade sobre nós mesmos somos capazes de aguentar? Quando alguém nos fere com
a verdade, somos impelidos à agressividade verbal e até física. Nossa mente não
foi programada para verdade, mas para aceitar as mentiras como alívio da
consciência. Então, num momento de confissão a gente pode se despir deste nosso
eu camaleão que se adapta a tudo e a todos, que se camufla para ser aceito e
enfim aguentarmos por alguns instantes toda a verdade sobre nós mesmos sob a
lanterna de um estranho agente da bondade e do perdão. Saí de lá, perdoada.
Autoria Desconhecida