Estranhamente,
a gente acumula de tudo: no coração tem amor, ódio, rancor, medo, inveja,
desejo; tem muita coisa e nem todas nos fazem bem, principalmente quando em
excesso.
Ficamos
pesados e lentos, vivemos menos e perdemos o apetite para os prazeres do mundo.
Sabe
aquele rancor que já venceu dentro da gente? Ou um amor platônico, que já dura
meses ou até mesmo anos, e que a gente ainda cultiva como se estivesse vivo.
Devemos deixar de lado, desocupar o coração e liberar espaço para o novo.
Desapegar
não é tarefa fácil, ao contrário do que se imagina. Pergunte a um homem
apaixonado o porquê de ele continuar insistindo, apesar de todas as evidências
do universo apontarem pela completa impossibilidade de sucesso. Ele não te dará
boas razões, elas não existem. E, talvez, o destino lhe seja bondoso e a pessoa
amada, de uma hora para a outra, corresponda.
Alguém
provavelmente já está cogitando que, em alguns casos, o desapego pouco ou nada
difere da desistência (e que desistir é para os fracos), afinal de contas, o
futuro é incerto. Desapegar de tudo que faz mal não é, necessariamente,
desistir dos nossos objetivos. É repensar a estratégia, estudar novos caminhos
e libertar a mente daquilo que nos atormenta.
Praticar
o desapego não nos torna menos humanos e sim mais preparados para as
intempéries da vida. E, quando alguém descumprir o primeiro mandamento, por
exemplo, de não dizer “eu te amo” em
vão
- vai por mim, isso acontece a todo
momento
- certamente sofreremos menos.
Desapegar é
palavra de ordem.