Segundo mandamento: desapegar de tudo que faz mal.



Estranhamente, a gente acumula de tudo: no coração tem amor, ódio, rancor, medo, inveja, desejo; tem muita coisa e nem todas nos fazem bem, principalmente quando em excesso.
Ficamos pesados e lentos, vivemos menos e perdemos o apetite para os prazeres do mundo.
Sabe aquele rancor que já venceu dentro da gente? Ou um amor platônico, que já dura meses ou até mesmo anos, e que a gente ainda cultiva como se estivesse vivo. Devemos deixar de lado, desocupar o coração e liberar espaço para o novo.

Desapegar não é tarefa fácil, ao contrário do que se imagina. Pergunte a um homem apaixonado o porquê de ele continuar insistindo, apesar de todas as evidências do universo apontarem pela completa impossibilidade de sucesso. Ele não te dará boas razões, elas não existem. E, talvez, o destino lhe seja bondoso e a pessoa amada, de uma hora para a outra, corresponda.
Alguém provavelmente já está cogitando que, em alguns casos, o desapego pouco ou nada difere da desistência (e que desistir é para os fracos), afinal de contas, o futuro é incerto. Desapegar de tudo que faz mal não é, necessariamente, desistir dos nossos objetivos. É repensar a estratégia, estudar novos caminhos e libertar a mente daquilo que nos atormenta.
Praticar o desapego não nos torna menos humanos e sim mais preparados para as intempéries da vida. E, quando alguém descumprir o primeiro mandamento, por exemplo, de não dizer “eu te amo” em vão - vai por mim, isso acontece a todo momento - certamente sofreremos menos. Desapegar é palavra de ordem.