A
gente se apaixona mesmo pela forma como nos tratam.
Pelo
carinho sem compromisso, pela mão que enlaça e pelo jeito que abraça.
A
gente se apaixona pelo tom da voz quando fala bonito, pelos olhos que também
comunicam, e pelo silêncio que traz conforto e alívio.
Paixão
é mesmo simples e boba, mas quando chega, ela nos toma.
A
gente se apaixona pela gentileza, pela atenção, pela simplicidade da ação: no
cafuné do cinema, na mão que repousa, no suspiro em cada lembrança. No jeito da
camisa pra fora da calça, no arrumar o cabelo, na forma que anda...
A
gente se apaixona pelo respeito que nos é dado e ao outro descompromissado. Por
aquele espaço de conforto no meio das pernas e dos braços entrelaçados.
Paixão
tem mesmo essa coisa de habitar os intensos. Está no toque, no beijo, no
cheiro. Na procura pelo outro para ser metade, no desejo de viver de verdade,
no querer ver, no querer sentir, no querer sem mesmo saber o porquê.
Paixão
só se encontra na matéria orgânica: no pulso do coração, no arrepio e no tesão.
Não
há paixão apenas pelo status, isso são apenas aparências em modos
estereotipados. O modo como nos tratam vale mais que qualquer riqueza.