Sempre
me causou admiração a história do principezinho que possuía apenas uma rosa e
era feliz ao seu lado. Não era a singularidade da flor que me deixava admirada,
mas o contentamento que esse tão pouco podia provocar.
Andei
por aí a observar o comportamento alheio, e enxergando de perto tantas lamúrias
e desalentos, deparei-me com a inevitável conclusão de que o que nos falta é
cultivar nossas roseiras. É isso sim!
Imaginando
as possíveis experiências e os significantes aprendizados que poderia alcançar,
decidi fazer para mim esse experimento. Com a disposição para cultivar,
compreendi que meu primeiro ganho estava em fazer uma convocação da coragem.
Precisava dela para deixar uma já conhecida zona confortável e me expor à busca
da rosa que eu desejava. Nem todos sabem lançar-se assim e pude sentir uma leve
brisa de mudança. Nesse meu intento também descobri quão necessária é a
perseverança. Já sabia de antemão que o cuidado dispensado tornaria valoroso
meu cultivo, e fiz desse um motivo para não desanimar.
Hoje
cultivo minha própria roseira e sei o valor que ela tem!
Na
luta pelas flores, muitas vezes esbarrei nos espinhos, e entendi que eles
pertencem ao ato de florescer. Verifiquei que a mudança de ambiente fazia bem à
nova vida que eu cultivava, e ao ver minha roseira crivada de pequenos botões
entendi que todos os esforços valeram à pena.
Agora
sei como cultivar melhor minha própria vida e aconselho a todos que não
conseguem delimitar seus horizontes, a fazerem a experiência do cultivo. De
roseiras também. Mas de mudanças de atitude, principalmente. Muitos de nós não
saberíamos administrar o fato de ter apenas uma roseira assim, tão no singular.
Nem mesmo saberíamos valorizar esse pequeno tesouro. A inquietude e a insatisfação têm nos deixado
completamente cegos. Queremos demais, reclamamos demais e nos contentamos de
menos. Escondidos em nossas redomas vaidosas, traçamos planos cada vez mais
ambiciosos e quase sempre deixamos de ver que somos seres afortunados ou que já
chegamos aonde queríamos estar.
Um
sem números de lamentos pela falta de perspectiva, ou de conquistas, seriam
facilmente calados se estivéssemos de olho em nossas roseiras. E desanimaríamos
menos, se soubéssemos que não é a quantidade de rosas que nos faz felizes.
É
uma pena, mas nem todos se dão conta de que a vida é uma roseira prestes a
florescer!
Alessandra
Piassarollo