Ando
meio sem paciência para coisas e pessoas que tentam me limitar. Essas do tipo
que não se contentam em estar um passo atrás e acabam nos segurando, para que
também não possamos ir além, onde é nosso costume chegar.
Que
se conformam em levar uma vida morna, dentro da própria zona de conforto e fora
da minha zona de compreensão. Coadjuvantes de si mesmas, que não se importam em
viver de meios amores, alegrias pela metade e decepções contidas.
Não
se abrem para o novo e temem o incerto. Apreciam sua rotina agridoce que nada
mais é do que o resultado de sua covardia, seu medo crônico de se doar por
inteiro, como se ao fazê-lo fossem se perder no canto qualquer de uma alma
alheia.
Esquecem-se
de que no final, não passamos de um quebra-cabeça montado com peças dos que
souberam deixar seu legado ao compartilharem plenamente suas vidas conosco e
preferem sair ao mundo distribuindo migalhas de si mesmas, na tentativa de
manter o outro perto o suficiente para servir às suas vontades e longe o
suficiente para que não se envolvam em plenitude.
E
eu, que prefiro habitar os extremos, que ando por aí entregando o melhor de
mim, me frustro ao conviver com estes, que me querem parcialmente. Pois ter que
reprimir minha essência repleta de intensidade, me esgota mais do que me doar
por inteiro. Porque para mim, quem consegue conter-se a ponto de dar somente
metade de si, simplesmente não tem nada mais a oferecer. Inteiro
Tenho
em mente que o preço que se paga por render-se à vida é salgado, mas que o pago
por não aproveitá-la é insalubre. Por isso ainda prefiro a amplitude de um dia
bem vivido do que a falácia das facilidades que ser só uma metade oferece.
Afinal,
quem ama pela metade não ama de verdade, quem sofre pela metade, não consegue
aproveitar as alegrias que surgem depois e quem vive pela metade, apenas
sobrevive.
Pobre
desses que ao tentarem se economizar para os outros, se economizam de si
mesmos.
Via: Eu te Amo Hoje