Ninguém
pode sair do que dói fazendo com que alguém também sinta dor. O que nos
afastará da ausência de luz será tudo o que traga luz, serão todos que
confortam e acomodam os nossos medos com afeto sincero e recíproco.
Todos
temos nossos fantasmas, nossas lutas diárias, todos necessitamos enfrentar a
nós mesmos, afogando o nosso pior lado, para que o bem vença dentro de nós.
Diariamente, sem trégua. Viver é lutar pelo que se quer, pelo que não se quer,
por quem amamos, por quem nos ama de volta. Infelizmente, nem sempre a vida dá
certo, nem sempre a gente ganha, nem sempre o sorriso encontra morada em nós.
E
então ocorrem os momentos de dor, de revolta, de culpa, de querer ficar
sozinho, de querer morrer, sumir, desaparecer. Machucados por dentro, sem
forças e sem motivos para acreditar em nada e em ninguém, acabamos externando
nosso descontentamento aqui fora, na forma de agressividade, raiva, violência
no falar, no agir, no não mais se importar.
E
é exatamente nessas ocasiões que cometeremos injustiças, que escolheremos o
erro, que seremos maldosos, frios e indiferentes justamente com as pessoas ao
nosso redor que sempre acreditaram em tudo o que somos e podemos. Falamos o que
não deveríamos, fazemos o que não poderíamos, agredimos quem desconhece
qualquer motivo para agirmos assim. Afastamos de nós quem deveria ficar junto.
Infelizmente,
nem todo mundo perdoa, nem todos entendem, poucos conseguirão perceber que ali,
naquele momento, não era o nosso verdadeiro eu que estava agindo, mas um eu
machucado e ferido. Com isso, cada vez mais estaremos sujeitos a ter de
enfrentar sozinhos as escuridões perigosas que, inevitavelmente, vez ou outra
adentram em nosso caminhar, porque tratamos mal aqueles que poderiam nos
resgatar das nossas quedas.
É
simples: ninguém pode sair do que dói fazendo com que alguém também sinta dor.
O que nos afastará da ausência de luz será tudo o que traga luz, serão todos
que confortam e acomodam os nossos medos com afeto sincero e recíproco. Ninguém
sai do buraco cavando mais fundo, ou seja, deve-se olhar para cima, buscando
aproximação junto à serenidade curativa do amor sincero que sempre estará nos
rodeando.
Cultivar
as pessoas que nos amam é o que nos salvará de nossas próprias misérias, sempre
que escorregarmos nos escombros das tempestades recorrentes de nossas vidas.
Via: Obvious