Muitas
vezes, cegados por nossos egos inflados, não percebemos que podemos estar
VICIADOS EM SOFRIMENTO. Que a nossa vida não vai para frente por não
permitirmos. Estranhamos a simplicidade, o bem-estar e a prosperidade.
Desapegar, pois, é preciso!
Possivelmente
um dos maiores desafios do homem moderno seja desapegar-se. Nos fizeram
acreditar que se apegar – ao máximo possível – é necessário, é o mais seguro, é
o normal.
Então,
“naturalmente” nos apegamos à
opinião/aprovação alheia, e acabamos por viver sem conhecer a nossa própria
verdade. Apegamo-nos demais aos nossos parceiros, e esquecemos de alimentar o
amor próprio. Apegamo-nos à aparência, e deixamos de lado o desenvolvimento do
nosso “conteúdo”. Apegamo-nos
excessivamente ao dinheiro, olvidando que as coisas mais importantes não podem
ser compradas. Apegamo-nos aos status para somente depois – muitas vezes tarde
demais – nos darmos conta de que, na verdade, o que vale mesmo é a nossa
realização.
Mas,
certamente, o apego com potencial para ser o mais desastroso de todos é ao
SOFRIMENTO. Podemos levar uma vida inteira para perceber que, se não
prosperamos, não evoluímos e não nos realizamos como gostaríamos, foi porque
estávamos ancorados no sofrimento.
Podemos
até ter dado passos importantes para frente – ao melhor estilo “agora, vai!” – mas sempre acabávamos
voltando para trás, pois nossa vida ficava vazia sem sofrimento algum. Era
estranho, não nos reconhecíamos. Não sabíamos viver sem esse sentimento, por
mais absurdo que isso possa parecer...
Quando
o EGO toma as rédeas da nossa vida, ele pode tornar o sofrimento um vício, não
permitindo que vejamos muito além do nosso mundinho infeliz. Ele, então, nos
aprisiona em ressentimentos, em desejos sem fim e na necessidade de pleno
controle. O caminho certo nos parece ser o mais difícil, por não aceitarmos que
o nosso sofrimento seja tão insignificante (e efêmero).
A
SIMPLICIDADE, então, surge trazendo a libertação do nosso ser. Desapegar do
sofrimento pode traduzir a nossa CURA, de modo global.
De
que forma, então, se desapega?
Simplesmente
SOLTANDO. Deixando ir. Abandonando, um a um, os sentimentos e os padrões de
comportamento que levam ao sofrimento. É claro que, como certamente eles nos
acompanham há anos, será necessário permanecer atento. Depois de soltar,
precisamos, por um tempo, ser disciplinados e fazer forte vigília para eles não
voltarem, o que é muito fácil de acontecer, afinal, já se sentem em casa e,
nós, com eles familiarizados.
Devemos
nos apegar, pois, apenas à nossa LIBERDADE. Livres de amarras, vícios e
padrões, daremos espaço para o bem-estar, para o amor e para a prosperidade,
tão inerentes a nós, por mais incrível que pareça...
Desapega,
vai!
Mas
desapega mesmo!
E
desapega para sempre!
Susiane Canal