Se
a gente se corta, faz um curativo, se temos uma dor forte, tomamos um analgésico.
Ninguém questiona isso. Cuidar das nossas mazelas físicas é normal, mas todo
mundo sabe que sentir dores emocionais, como por exemplo uma sensação de
fracasso ou rejeição, pode doer tanto ou até muito mais do que a dor física. E
já que dói, nós temos que tratar para parar de doer.
Aqui
vão 7 maneiras de cuidar da alma na hora do aperto:
Reconheça
a dor emocional e trabalhe para aliviá-la antes que ela se torne dominante e
abrangente demais. O corpo humano vai amplificando a dor física para que a gente
veja que tem uma coisa errada e tome uma providência. O mesmo é verdade para as
dores emocionais, se você percebe que está com uma dor emocional que não está
melhorando, isso significa que você está realmente ‘ferido’ e precisa se
cuidar. Solidão, por exemplo, é um sentimento que pode ser devastador para a
saúde mental e física das pessoas. Se você ou alguém que você ama, está se
sentindo socialmente isolado, é necessário agir!
Quando
os pensamentos negativos começarem a dominar seus pensamentos, intercepte-os
com distrações positivas. Ficar dando replay no cérebro, de alguma coisa ruim
que aconteceu, só para se torturar, sem necessariamente estar buscando uma
solução ou mesmo um insight, não leva ninguém a lugar nenhum e só causa mais
dor. Bloqueie os pensamentos negativos. Uma boa maneira de parar com a
ruminação negativa nas nossas mentes é se distrair com alguma coisa que exija
concentração. Vale tudo que faça você focar em outra coisa: sudoku, palavras
cruzadas, lembrar do nome dos amiguinhos da quinta série, abrir um livro.
Estudos científicos sugerem que até mesmo dois minutinhos de distração podem
reduzir os pensamentos negativos obsessivos.
Monitore
e proteja sua autoestima. Na hora que você for começar a se colocar para baixo,
tire um momento para ter compaixão por si mesma. A autoestima é um tipo de
sistema imunológico que nos protege de muitas dores emocionais e fortalece a
resiliência. É importante estar de olho na autoestima e evitar ficar cavando o
buraco mais para o fundo ainda, principalmente quando a gente já está meio de “asinha quebrada”, quando o coração já
está doendo. Um exercício mental bacana para aqueles momentos de super
autocrítica é pensar em um amigo muito querido e imaginá-lo passando exatamente
pelo que você está passando agora. Escreva uma carta para o seu amigo
expressando compaixão e apoio, você verá que muitas das mensagens contidas na
carta servem para você mesma!
Redirecione
suas reações pós-derrota. É muito comum depois de amargar um fracasso focar no
que não deu certo, no que não podemos em vez do que nós podemos. Faz parte da
natureza das feridas emocionais, uma dor chama a outra e se você não cortar o
círculo vicioso não vai conseguir se restabelecer para agir na sua melhor
forma. Ficar dando corda para se sentir inútil e desmoralizado, só vai gerar
mais derrota ainda. Experimente enumerar os fatores que você pode controlar na
sua próxima tentativa. Pense em planejamento e preparação, por exemplo, em como
você pode melhorar as coisas para você ter êxito no que deseja. Esse tipo de
exercício mental irá reduzir a sensação de impotência e melhorar as chances no
futuro.
Encontre
significado nas perdas. Perdas, derrotas, insucesso - isso tudo faz parte da
vida, e dói mesmo. O que não deve acontecer é deixar de tratar as feridas
abertas. Se você achar que está demorando muito a dor cessar, experimente
buscar um sentido na perda e tirar coisas boas do que aconteceu. Claro que nem
sempre é fácil, mas leve em consideração que sua experiência pode ajudar você
próprio e até outras pessoas a adquirirem uma nova perspectiva da vida. Pense
nas mudanças que você pode fazer para alinhar sua vida com seus valores e
objetivos.
Não
fique se culpando obsessivamente. Culpa pode ser uma coisa legal, nos alerta
que precisamos mudar alguma coisa em um relacionamento. Mas culpa excessiva
pode ser tóxica: faz a gente gastar muito energia emocional e intelectual, nos
distrai das nossas tarefas e ainda nos impede de curtir a vida numa boa. Pisou
na bola com alguém? Peça desculpas, mas atenção: há maneiras e maneiras de se
pedir desculpas. O ingrediente fundamental de um pedido de desculpas efetivo é
a empatia. Em outras palavras, ao pedir
desculpas você deve focar menos em explicar porque você fez o que você fez, e
mais em como suas ações impactaram a outra pessoa. É muito mais fácil perdoar
alguém quando temos a sensação de que o outro realmente entende como nos
sentimos. Quer se livrar da culpa: peça desculpas, mesmo que seja necessário
fazê-lo mais uma vez, se você sentir que foi perdoado mesmo de coração será
mais fácil dissolver esse sentimento ruim no seu peito.
Aprenda
o que funciona para você quando você está emocionalmente ferido. Preste atenção
em si mesmo e entenda, como você, pessoalmente, lida com feridas emocionais
comuns. Você se fecha? Você tem um ataque de fúria, mas se recupera rápido?
Renega seus sentimentos? Não deixe de se observar nestes momentos e compreender
o que funciona para você. É basicamente a mesma coisa de saber que dentre uma
série de analgésicos disponíveis na farmácia, existe um que funciona melhor
para você na hora de uma dor de cabeça. O mesmo raciocínio serve na hora de
fortalecer sua resiliência emocional. Tente diversas maneiras e descubra ao que
você reage melhor. Mas acima de tudo, desenvolva o hábito de tomar nota do seu
estado emocional regularmente - principalmente depois de passar por situações
estressantes, dolorosas ou difíceis.
Sim,
fazer toda essa higiene emocional leva tempo e dá trabalho, mas irá de verdade,
melhorar sua qualidade de vida.