As
pessoas que perdem relacionamentos valiosos por conta de seu descaso sentem-se
desorientadas, como se, de repente, tivessem perdido toda a sua estrutura de
apoio. Só então começam a valorizar o que sempre tiveram por perto.
Todos
temos anjos em nossas vidas. Eles podem ser as pessoas que facilitam nossa
jornada, que se sacrificam por nós, mesmo que não saibamos, aparecem no momento
certo para nos tirar da escuridão.
Em
algum momento da vida, também já fomos anjos para alguém, e essa sensação de
ajudar outra pessoa nos faz felizes, completos, traz um sentimento de
propósito. No entanto, quando não somos reconhecidos, quando não recebemos nem
mesmo respeito em retorno, quando nosso apoio é visto como uma simples
obrigação, começamos a nos sentir emocionalmente desgastados.
Quando nossa iniciativa de oferecer
ajuda nos torna invisíveis
Mais
frequentemente do que não, as pessoas caem no padrão de costume e acabam por
ignorar o valor das coisas boas da vida. Elas enxergam o apoio daqueles ao seu
redor como um direito, uma obrigação e não valorizam seus bons relacionamentos
como deveriam.
Esse
padrão de comportamento associa-se à nossa capacidade de adaptação, que nos
permite acostumar rapidamente às pessoas, situações e ambientes da vida. Essa
capacidade é muito importante, porque nos faz evitar sofrimentos
desnecessários, mas se não for administrada com sabedoria, pode se tornar
prejudicial aos nossos relacionamentos. Nossas relações precisam de cuidado
todos os dias. Se assumirmos que elas estão sempre bem, e não nos dedicarmos a
cultivá-las, elas secarão, assim como uma planta.
A
pessoa que perde relacionamentos valiosos por conta de seu descaso sente-se
desorientada, como se, de repente, tivesse perdido toda a sua estrutura de
apoio. Assim, entende que por não cuidar da relação com alguém que lhe deu
valor, perdeu uma fonte de ajuda. Só então ela começa a valorizar o que sempre
teve por perto. Entretanto, na maioria das vezes, é tarde demais.
Doar muito e receber pouco é exaustivo
Nossa
ajuda à outra pessoa deve ser baseada no altruísmo, no desejo de ver a
felicidade dessa pessoa, não em interesses pessoais. Ainda assim, é importante
que exista uma reciprocidade, para que a relação possa evoluir. Em alguns
momentos, a outra pessoa não tem como nos retribuir com a mesma intensidade,
por exemplo quando cuidamos de alguém que já está partindo. No entanto, nas
relações normais, tudo deve estar equilibrado.
O
objetivo não é termos nossos favores retribuídos, mas sim criarmos um vínculo
emocional profundo com a outra pessoa, fundamentado na gratidão e no
reconhecimento.
Tudo tem limite, até mesmo a ajuda
As
boas ações são necessárias e importantes, mas existe um limite para tudo.
Quando vamos além do saudável, principalmente sem reconhecimento, acabamos
prejudicados emocionalmente.
A
empatia é um exemplo que nos faz refletir sobre os limites da vida. Apesar de
ser uma característica positiva, quando não existem limites, ela pode nos
consumir, cegando-nos para nossos próprios sentimentos e necessidades.
Em
um estudo realizado pela Universidade Northwestern, os pesquisadores analisaram
os efeitos da empatia sobre os pais de 247 adolescentes. Os resultados
mostraram que atitudes empáticas melhoraram a relação e a felicidade da
família, mas que quando os pais se envolvem muito profundamente nos problemas
de seus filhos, eles experimentaram mais estresse. Isso mostra que quando nos
envolvemos muito nos problemas de outras pessoas, os quais não podemos
resolver, nossa carga psicológica e fisiológica se torna mais elevada,
deixando-nos mais vulneráveis.
Como podemos lidar com essa situação?
1.
Desenvolvendo uma empatia mais equilibrada, que não nos prenda pessoalmente nos
problemas alheios, mas que nos permita fazer a nossa parte. Por mais que
façamos o melhor para ajudar, a decisão final não estará em nossas mãos, então
devemos limitar nosso envolvimento emocional.
2.
Equilibrando os atos de ajuda. Nosso apoio deve ser focado no crescimento e
evolução da outra pessoa, não na criação de uma relação de dependência. Devemos
agir com sabedoria.
3.
Não nos perdendo. Precisamos estar bem conosco, em primeiro lugar, para depois
nos dedicarmos a ajudar outra pessoa. Só assim poderemos dar um apoio saudável.
Via: O Segredo
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