Naquela
data especial, ao menos para você, a expectativa era que houvesse uma ligação,
um presente ou uma surpresa. Como nada disso aconteceu, a frustração tomou
conta dos seus sentimentos e você começou a questionar se era realmente amado.
Depois, ficou amuado ou provocou uma conversa séria para por tudo em pratos
limpos. O que, evidentemente, serviu para desgastar ainda mais a relação.
Se
você já passou por uma situação semelhante, é bom se preparar para dar um
desfecho completamente diferente a essa história da próxima vez. Afinal, os
especialistas garantem: não demonstrar o sentimento da maneira convencional não
significa não amar.
“Mandar flores, escrever cartões,
lembrar de datas importantes são atitudes que estão relacionadas a um determinado
estereótipo de parceiro romântico. Mas não é da natureza de todos manifestar os
sentimentos dessas maneiras”,
afirma a psicóloga Eda Fagundes, consultora do programa ‘Detox do Amor’, no
canal GNT. “Algumas pessoas são mais
sutis do que as outras para demonstrar sentimentos, mas isso não quer dizer que
elas amem menos”, afirma a psicóloga Eliete Amélia de Medeiros, diretora da
agência de relacionamentos Eclipse Love.
A
frustração acontece, segundo o psicólogo Sergio Savian, porque tanto homens
quanto mulheres têm dificuldades em reconhecer atitudes que não sejam parecidas
com as que eles mesmos adotariam, em cada situação. “Cada um de nós tem uma personalidade que foi moldada nos primeiros
anos de vida, nas relações com a família e outros modelos tomados como
referências. Quando adultos, levamos para os relacionamentos tudo o que
aprendemos nessa fase e que nos é habitual. Em grande parte dos casos,
estranhamos as outras formas de expressão, simplesmente porque as desconhecemos”,
explica Savian, que é autor do livro ‘Amar Vale a Pena!’ (Editora Landscape).
As diferentes linguagens
No
bestseller ‘As Cinco Linguagens do Amor’ (Editora Mundo Cristão), o consagrado
terapeuta de casais norte-americano Gary Chapman propõe a existência de cinco
maneiras diferentes de expressar o sentimento universal. Entre eles estão os
elogios verbais, o contato físico e a compra de presentes, que são as três
formas de amor mais fáceis de reconhecer.
No
entanto, a dedicação de tempo e atenção ao outro é uma quarta linguagem, assim
como a preocupação de servir ao parceiro, seja cozinhando para ele, indo buscá-lo
no trabalho, arrumando um móvel que precisa de reparo, entre outros. Daí, na
visão do autor, reconhecer a própria linguagem e a do outro é o ponto
fundamental para que os dois lados se sintam amados numa relação.
Chapman
explica, ainda, que aquilo que você mais exige do parceiro é provavelmente o
que o faz sentir-se mais amado, sendo esta, portanto, a sua linguagem do amor. “Porém, para que um relacionamento seja bem-sucedido,
é fundamental que você veja o outro tal como ele é e não do jeito que você gostaria
que ele fosse”, diz Savian. Generosidade, compreensão, respeito,
cumplicidade, cuidado e flexibilidade para ceder aos embates também são provas
de amor, mesmo que mais discretas.
“Há pessoas que levam anos para
dizer que amam, mas estão sempre presentes, se importam, respeitam o outro.
Então, com um pouco de sensibilidade, é possível identificar mais facilmente os
sentimentos do parceiro, mesmo que ele não expresse isso com palavras”, afirma Eda.
Na
convivência diária, há outras maneiras de se identificar possíveis padrões no
parceiro e uma delas é observar a maneira como ele lida com as emoções de modo
geral, e não apenas na relação. “Às
vezes, você ficou magoado porque o outro esqueceu a data de aniversário de
casamento. Porém, ao prestar mais atenção, vai ver que, na semana seguinte, ele
também vai deixar passar batido o aniversário da própria irmã ou de um grande
amigo. Nesse caso, é preciso considerar que, para o seu parceiro, esse
esquecimento provavelmente não tem significado nenhum”, exemplifica Eda.
A importância do diálogo
Conhecer
bem a si mesmo, questionar as próprias fragilidades e dedicar tempo ao
crescimento pessoal são ferramentas que ajudam na convivência amorosa,
independentemente de quais sejam as diferenças encontradas no casal. No
entanto, se a despeito da maturidade emocional dos dois, os desencontros de
expectativas começarem a pesar, vale considerar a possibilidade de uma conversa
franca.
Para
dar certo, é essencial que, durante o papo, a cobrança seja deixada de lado,
assim como a tendência a colocar-se no papel de vítima. Uma dica para conduzir
esse diálogo, e transformá-lo em um evento produtivo, é falar sobre os próprios
sentimentos e não apontar o dedo para os possíveis erros do parceiro.
Nessa
conversa, você também pode questionar se a sua maneira de demonstrar
sentimentos está sendo eficiente. Ao final, vocês podem estabelecer alguns
combinados, para evitar conflitos futuros. “O
amor só pode fluir se nos esforçarmos para sair das armaduras e nos tornarmos
pessoas mais saudáveis e inteligentes para nos relacionar”, afirma Savian.
Via: Vida Suave
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