Existem
maneiras e maneiras de colocar um ponto final numa relação indesejável.
Terminar com uma relação não significa destruir a pessoa que está sendo
deixada. Todo final de relacionamento é sofrido, mesmo que seja feito com
cuidado e cortesia. Imaginem um relacionamento que é encerrado com crueldade,
sem tato, sem o menor cuidado com os sentimentos alheios, como se a outra pessoa
fosse lixo não reciclável?
Ninguém
é obrigado a ficar com ninguém. Ninguém é obrigado a manter um namoro ou
casamento por pena do parceiro. Toda relação digna de ser chamada de relação
deve ser alicerçada no amor, na cumplicidade e nas afinidades tanto afetivas
quanto intelectuais, morais e sexuais.
Não
existem manuais de como se encerrar uma relação com classe. Além do mais, cada
cabeça, uma sentença. O que pode ser bom para um, pode ferir o outro. Por outro
lado, existe o bom senso, que quando bem usado pode minimizar os efeitos
negativos de um rompimento.
Pior
do que perder um namorado/namorada ou marido/esposa, é perder a fé na bondade
humana. É sentir que não vale a pena se envolver novamente com outra pessoa
pois o ser humano é mau e indigno de ser amado.
Quando
o rompimento é feito com um mínimo de generosidade, a pessoa deixada tem mais
condições de se recuperar da perda num tempo menor. Quando o rompimento é
cruel, a pessoa não perde apenas uma relação, mas toda a fé num outro
relacionamento. Pior do que perder uma relação, é perder a fé nas relações de
um modo geral. A pessoa se sente atirada numa masmorra escura e fria.
E
caso a pessoa em questão já tenha um histórico de frustrações e tendência a
quadros depressivos, o estrago é bem mais severo, pois cada vez que uma pessoa
precisa se recuperar de uma perda afetiva, ela lança mão de uma série de
recursos emocionais para se refazer, para se reinventar e ressignificar a vida.
Quando ela já passou por muitos rompimentos complicados, a pessoa vai perdendo
os recursos afetivos e intelectuais para se reinventar, o que pode colocá-la
num beco sem saída.
Precisamos
levar mais a sério e nos comprometer mais com aquilo que falamos e fazemos.
Temos responsabilidade sim sobre o mal que praticamos ou o bem que deixamos de
exercer. Ninguém pode se reinventar por ninguém. Cada um precisa lutar pela sua
felicidade. Mas não podemos nos eximir da responsabilidade dos estragos que
praticamos na vida alheia. Destruir uma pessoa e depois viver normalmente é
falta de empatia total pelo ser humano.
Sei
que atualmente está na moda cada um viver no seu quadrado, preocupado com os
seus próprios problemas. Não é à toa que estamos cada vez mais dependentes de
ansiolíticos, antidepressivos e drogas de um modo geral. Os medicamentos são um
paliativo para uma sociedade que perdeu completamente o respeito pela raça
humana.
Via: Obvious